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Robert Towne, roteirista vencedor do Oscar, morre aos 89 anos

Publicado por
Marcelo Müller

Um dos maiores roteiristas hollywoodianos, Robert Towne morreu nesta segunda-feira, 01, na companhia de sua família, aos 89 anos. A causa não havia sido divulgada até o fechamento da matéria. Nascido em Los Angeles, cidade que abriga a meca do cinema norte-americano, ele teve quatro indicações ao Oscar (e uma vitória), sendo também lembrado no BAFTA, no Globo de Ouro e no prêmio anual do Sindicato dos Roteiristas da América do Norte, aliás, instituição que homenageou sua carreira em 1997 com uma estatueta honorária. Também figurou nas Framboesas de Ouro, a antítese do Oscar que “celebra” anualmente os piores de Hollywood. De ascendência romena por parte da mãe e russa por parte do pai, ele mal imaginava em sua infância que se tornaria um dos escritores mais aclamados do cinema norte-americano, alcançando, sobretudo nos anos 1970, um reconhecimento compatível àquele reservado a astros e estrelas que posam diante das câmeras.

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Robert Towne recebeu o primeiro crédito como roteirista em 1960 por A Última Mulher Sobre a Terra e o último de sua prolífica carreira por dois episódios da série Welcome to The Basement (2013-2017). Teve uma participação não creditada na elaboração da versão final do roteiro de Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas (1967) e continuou se destacando entre os próceres da Nova Hollywood ao assinar A Última Missão (1973), garantindo com ele a sua primeira indicação ao Oscar e reforçando a grande amizade com Jack Nicholson (o protagonista do filme de Hal Ashby). Ainda nesta década, realizou aquele que muitos indicam como sendo a sua principal obra-prima: Chinatown (1974), pelo qual venceu o Oscar de Melhor Roteiro Original. O autor ainda recebeu outras duas indicações ao Oscar: por  Shampoo (1975) e Greystoke: A Lenda de Tarzan, o Rei da Selva (1984). Note que ele foi indicado ao maior prêmio de Hollywood em três anos seguidos.

Foto/divulgação

Entre os demais filmes dos quais participou, mas não foi creditado, encontram-se: Duelo de Gigantes (1976), Orca: A Baleia Assassina (1977), O Céu Pode Esperar (1978), Morrer Mil Vezes (1976) e Busca Frenética (1988). Assinou ainda Operação Yakuza (1974), Dias de Trovão (1990), A Firma (1993) e os roteiros dos dois primeiros exemplares da saga Missão: Impossível. Aliás, por seu trabalho em Missão: Impossível (1996) recebeu a indicação a Pior Filme que Arrecadou Mais de US$ 100 milhões nas Framboesas de Ouro de 1997. Ele estava trabalhando no desenvolvimento do prelúdio de Chinatown, trabalho que ainda não sabemos em que pé de desenvolvimento está.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.