Faleceu na madrugada da última quinta-feira, dia 24, em Los Angeles, EUA, a atriz Sally Kellerman. Ela tinha 84 anos e, de acordo com seu filho, Jack Krane, encontrava-se em uma clínica de assistência assistida, em Woodland Hills. Há anos enfrentava uma batalha contra a demência, o que não a impediu, no entanto, de seguir trabalhando até o fim da vida. No ano passado participou como dubladora de um episódio da série de animação Sammy (2021), e deixou um longa inédito, Underwater Upside Down (2022), no qual deverá aparecer ao lado de nomes como Matt McCoy (Missão Resgate, 2021) e Mark Boone Junior (Cruzando a Linha, 2021).
Sally Kellerman nasceu me 2 de junho de 1937 em Long Beach, California, e iniciou cedo na carreira: aos 20 anos já aparecia no drama Reform School Girl (1957), de Edward Bernds. Após diversos trabalhos (principalmente) na televisão, em séries como Cheyenne (1962), Além da Imaginação (1963) e The Alfred Hitchcock Hour (1965), chamou a atenção ao participar do episódio Where No Man Has Gone Before (1966), o terceiro da primeira temporada de Jornada nas Estrelas. Como a doutora Elizabeth Dehner, interpretou uma oficial humana da Frota Estelar a bordo da USS Enterprise. Seguiria em pequenos papeis até ser descoberta pelo mestre Robert Altman, que a convidou para o elenco da comédia M.A.S.H. (1970). Indicado a 5 Oscars, inclusive a Melhor Filme, o longa concorreu também na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, reconhecendo o desempenho de Kellerman. Por esse trabalho ela foi indicada ainda ao Globo de Ouro e premiada como a melhor do ano pela associação de críticos de Kansas.
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Ao longo de sua carreira, foi indicada ao Emmy (The Young and the Restless, em 2015) e ao Genie (o ‘Oscar’ do Canadá), nesse por sua atuação em Tremenda Enrascada (1980), como “Melhor Atriz Estrangeira”. No Brasil, ficou conhecida como uma das “rainhas da Sessão da Tarde” ao participar de sucessos populares como Trânsito Muito Louco (1985) e De Volta às Aulas (1986). Voltou a trabalhar com Altman em O Jogador (1992) e em Prêt-à-Porter (1994).
Afirmava que havia decidido ser atriz após assistir à performance de Marlon Brando em Viva Zapata (1952). Durante os anos 1960 se arriscou também como cantora, chegando a ter um contrato com a Verve Records. Divorciada de Rick Edelstein, com quem ficou junto de dezembro de 1970 até março de 1972, voltou a se casar com Jonathan D. Krane, em maio de 1980, tendo ficado ao seu lado até a morte dele, em agosto de 2016. Ao todo teve três filhos.