De acordo com o sistema Gower Street Analytics, do Reino Unido, 48% dos cinemas mundiais já reabriram portas, o que representa quase a metade de todas as salas disponíveis. O instituto obtém este resultado ao cruzar os números habituais dos cinemas individuais com os dados do Comscore.
Na última semana, a reabertura tinha atingido 41%. Antes disso, a taxa era de apenas 28% em 18 de julho. A evolução no índice é creditada especialmente ao mercado chinês, que apresenta 73% dos cinemas em atividade após duas semanas de autorização de funcionamento. Rússia e Reino Unido, ambos entre os dez maiores mercados audiovisuais do mundo, também contribuíram ao crescimento do número de salas.
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Mesmo assim, a maioria do circuito exibidor opera com capacidade limitada, para evitar aglomerações e responder às demandas sanitárias. Isso significa que as salas ainda estão longe de compensarem o desgaste financeiro de meses de fechamento. Ainda segundo o Gower Street Analytics, o faturamento mundial em salas na última semana foi de US$ 90 milhões, ou seja, uma quantia inferior aos números registrados num único fim de semana nos Estados Unidos pré-pandemia. Os US$6,4 bilhões acumulados mundialmente pelas salas de cinema em 2020 representam uma queda de 74% em relação aos números de 2019.
No caso brasileiro, os Estados possuem autonomia para coordenar seus processos de reabertura, de acordo com os índices locais de contágio. A fraca gestão do governo federal em relação à pandemia faz com que o Brasil seja um dos países mais atrasados na retomada, e também um dos únicos a registrar mais de mil mortes por dia, há mais de um mês, sem obter um achatamento da curva de contágio. Países como Nova Zelândia e Portugal zeraram seus índices diários de contaminação.
No Estado de São Paulo, as cidades de São Paulo e do ABC Paulista estão autorizadas a reabrirem salas de cinema, teatro e casas de espetáculo. Cinemas como o Petra Belas Artes, na capital, retomam as atividades a partir desta semana, com programações especiais e reprise de clássicos do cinema. Os exibidores prometem cumprir normas de segurança, como o uso obrigatório de máscaras e a lotação máxima de 40%, embora não esteja claro se haverá supervisão do município quanto ao cumprimento destas regras.