De origem palestina, o cineasta Hamdan Ballal é um dos responsáveis por Sem Chão (No Other Land, 2024), filme que venceu o Oscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem em 2025. Na obra, ao lado dos codiretores Yuval Abraham, Basel Adra e Rachel Szor, ele aborda a questão Israel-Palestina, denunciando o impacto das operações militares de Israel em Gaza e na Cisjordânia e como EUA, União Europeia e outras potências financiam e justificam ações israelenses. Tal abordagem crítica foi motivo de retaliação de colonos judeus, que capturaram Ballal. Siga o fio e entenda (com imagens).
Segundo o jornal israelense Haaretz, no início da noite dessa segunda-feira, 24, próximo ao assentamento israelense de Susya, o diretor de Sem Chão foi linchado por colonos israelenses e detido por militares das Forças de Defesa de Israel que atuam na Cisjordânia. Parceiros de Ballal no filme estavam presentes.
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Adra, um dos codiretores, revelou ao The Guardian que “Hamdan tentou proteger sua família e os colonos o atacaram. Soldados começaram a atirar para cima para impedir que alguém ajudasse Hamdan. Ele estava gritando por ajuda. Eles deixaram que os colonos o atacassem e então o exército o sequestrou”. Já Yuval Abraham, outro codiretor de Sem Chão, relatou que, “após ser ferido, Ballal foi colocado em uma ambulância, mas retirado por militares israelenses enquanto recebia tratamento”.
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A Associated Press também investigou a situação. Segundo o veículo, testemunhas afirmaram que “um grupo de 10 a 20 colonos mascarados atacou Ballal e outros ativistas judeus com pedras e bastões, além de quebrar os vidros de seus carros e furar os pneus”. “Não sabemos onde Hamdan está porque ele foi levado vendado”, disse Josh Kimelman, um dos ativistas que estavam no local, à agência. A seguir, fique com o tweet de Yuval, o primeiro a tratar sobre o assunto, e, sem seguida, um vídeo que mostra a tensa situação:
Fundada em 1982, a International Documentary Association (Associação Internacional de Documentários) se manifestou em apoio ao diretor de Sem Chão. Em nota, a entidade exigiu “libertação imediata de Ballal e que sua família e comunidade sejam informadas sobre sua condição, localização e a justificativa para sua detenção”.
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