Uma das principais janelas de exibição do cinema mundial contará com presenças brasileiras em 2023. Isso porque o 80º Festival Internacional de Cinema de Veneza – que acontecerá de 30 de agosto a 09 de setembro – selecionou o longa Sem Coração, dirigido por Nara Normande (Guaxuma, 2018) e Tião (Animal Político, 2016), para a mostra Orizzonti (Horizontes), e o curta em realidade virtual Finalmente Eu, de Marcio Sal, para a Venice Immersive, seções competitivas paralelas ao troféu principal, o Leão de Ouro.
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Com Maeve Jinkings e Erom Cordeiro, Sem Coração foi rodado entre setembro e outubro de 2022, e finalizado na Itália e na França. Produzido por Emilie Lesclaux, Kleber Mendonça Filho, Justin Pechberty, Damien Megherbi, Nadia Trevisan e Alberto Fasulo, o enredo é ambientado no verão de 1996, numa vila pesqueira de Maceió. No local, Tamara (Maya de Vicq) está aproveitando suas últimas semanas antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” (Eduarda Samara) por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo da estação, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. Alaylson Emanuel, Kaique Brito, Eules Assis, Ian Boechat, Lucas Da Silva e Elany Santos também estão no elenco.
Segundo revelado por Nara, em divulgação, a jornada da protagonista é inspirada em algumas memórias de sua infância na região. “Alagoas é um estado pouco retratado no cinema brasileiro. Um lugar com muitas camadas, onde a beleza contrasta com as complexidades políticas e sociais. Foi muito especial ter voltado aos locais da minha infância para filmar essa história com uma equipe extremamente talentosa”. Sobre a seleção, com exclusividade ao Papo de Cinema, a realizadora declarou que acredita que o fato poderá “fazer o barulho suficiente para tentar trazer o público brasileiro ao cinema, que não possui o hábito de prestigiar filmes nacionais”. Já Tião afirma que a escolha dos curadores do festival é o resultado de um “trabalho que foi desenvolvido durante anos por uma equipe muito aguerrida e que doou muito ao filme”.
Venice Immersive
Com 14 minutos de duração, Finalmente Eu, em experiência VR (Realidade Virtual), conta a história de Seu Saul, um músico envelhecido, sobrecarregado por uma vida inteira de rejeição e vergonha que o forçou a esconder seu verdadeiro lado. Inspirado pelo espírito do Carnaval de rua, ele embarca em uma jornada transformadora de autoaceitação através do poder da música. A obra conta com roteiro de Claudio Formiga e produção de Felipe Haurelhuk e Eduardo Calvet. Ficou curioso? Então assista ao trailer do curta abaixo.
Vale lembrar que a mesma mostra ainda apresentará projetos desenvolvidos em edições passadas do festival. O Brasil aparece com Origen, de Emilia Sánchez Chiquetti, e Queer Utopia: Act I Cruising, de Lui Avallos.
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