Silvia Pinal, grande dama do cinema e da TV mexicanos, morre aos 93 anos

Silvia Pinal, uma verdadeira lenda do cinema e da TV mexicanos, morreu no dia 28 de novembro, aos 93 anos, por conta de complicações renais. Nascida numa cidade no noroeste do México, ela foi uma das principais estrelas do que se convencionou chamar de Era de Ouro do cinema mexicano (entre 1936 e 1956) ao lado de ícones como Pedro Infante, Germán Valdés, Cantinflas e Arturo de Córdova.

Silvia Pinal desde jovem atraía a atenção por sua beleza e interesse pela arte, o que a fez precocemente trabalhar com teatro, rádio e cinema. Ao longo das décadas, Silvia construiu uma carreira que mais tarde também a transformaria numa figura popular pelas incursões televisivas. Seu primeiro papel no cinema veio aos 17 anos no filme Bamba (1948). Em meio às filmagens, conheceu Rafael Banquells que viria a ser o primeiro de seus quatro maridos e pai de sua primogênita, a posteriormente também atriz Sylvia Pasquel.

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SILVIA PINAL: O ÍCONE

Ao longo da década de 1960, Silvia Pinal se tornou a mais popular das estrelas do cinema mexicano, contracenando em produções de sucesso, principalmente com Cantinflas e Arturo de Córdova. Foi vencedora de quatro Ariel (o prêmio da Academia Mexicana de Cinema) entre os anos 1953 e 1958.

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Mas foi nos anos 1960 que Silvia Pinal teve o seu grande papel no cinema. Ela protagonizou Viridiana (1961), do cineasta surrealista espanhol Luis Buñuel, interpretando a personagem-título, uma noviça que tem sua vida alterada depois de visitar o tio que se assombra com a semelhança entre ela e sua falecida esposa. Silvia também esteve em Simão do Deserto (1965) e O Anjo Exterminador (1967). Nas décadas seguintes, continuou uma figurinha fácil da vida pública mexicana, se afirmando como uma de suas principais e mais duradoras estrelas.

SILVIA PINAL: NOVELAS E POLÍTICA

Silvia Pinal também teve diversos sucessos televisivos, entre os quais alguns exibidos também na TV brasileira. Ela integrou os elencos de Carinha de Anjo (2000) e A Dona (2010). Paralelamente à carreira artística, também teve notável desempenho político, sendo eleita deputada e senadora pelo Partido Revolucionário Institucional.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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