Boa notícia para o audiovisual brasileiro: a Sociedade Amigos da Cinemateca, principal instituição organizada em defesa da Cinemateca Brasileira, composta por inúmeros cineastas, pesquisadores e produtores, foi escolhida em edital do governo federal para gerenciar a instituição. O anúncio é considerado uma vitória da classe artística, que tem efetuado imensa pressão para que a gestão Bolsonaro enfim retomasse o processo de cuidados da Cinemateca, fechada há mais de um ano.
Uma ação da Justiça Federal, exigindo que o governo comprovasse medidas efetivas em defesa do patrimônio cultural, assim como o recente incêndio num galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina, contribuíram a acelerar a escolha de uma instituição privada sem fins lucrativos. A decisão preliminar ainda pode ser contestada pelos demais concorrentes do edital, num prazo de 15 dias.
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A Sociedade Amigos da Cinemateca já havia sido escolhida, a título emergencial, para cuidar da reabertura do espaço durante a crise, no entanto, Jair Bolsonaro nunca assinou o contrato, apesar das promessas de fazê-lo. Por isso, o acervo permaneceu fechado, correndo o risco de incêndio e depredação, enquanto atividades de pesquisa, de exibição e eventos culturais foram suspensos. O secretário da cultura, Mário Frias, chegou a mobilizar a polícia para tomar as chaves da instituição.
O grupo escolhido para gerenciar a Cinemateca é presidido por Carlos Augusto Calil, um dos mais renomados especialistas brasileiros em cinema. Caso a confirmação se mantenha, a SAC deve substituir a Rede Nacional de Pesquisa, que dirigiu o local entre 2014 e 2015, e a Associação de Cultura Educativa Roquette Pinto, que assumiu a função entre 2016 e 2018. A verba prometida para o gerenciamento da Cinemateca em 2022 está orçada em R$ 14 milhões.