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“Estamos atravessando um momento terrível para todas a cultura brasileira com o governo Bolsonaro. Nesse contexto, a Cinemateca Brasileira passa por sua maior crise desde a sua fundação a 7 de outubro de 1946”.

Esta frase abre o texto da Manifestação SOS Cinemateca, organizada pelo Grupo de Trabalho Cinemateca Brasileira da APACI – Associação Paulista de Cineastas. A carta aberta revela a situação de abandono em que se encontra a Cinemateca Brasileira, principal órgão de preservação do audiovisual nacional. O repasse de verbas foi interrompido, parte considerável dos funcionários foi demitida, e a energia elétrica pode ser cortada a qualquer momento – algo particularmente perigoso, visto que a refrigeração é indispensável à manutenção de películas inflamáveis.

A iniciativa tem como porta-vozes o cineasta Roberto Gervitz (de Jogo Subterrâneo, 2003, Carandiru: Outras Histórias, 2005), e o cineasta Ícaro Martins (de Estrela Nua, 1985, e Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha, 2010).

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Cinemateca Brasileira

 

O grupo convoca um ato presencial nesta quinta-feira, 4, no Largo Senador Raul Cardoso, em frente à Cinemateca. O evento será breve, com os participantes utilizando máscaras, e mantendo o distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde. O ato visa chamar atenção na imprensa ao descaso do governo com a promoção e valorização da cultura.

Até o momento, o texto traz assinaturas de entidades brasileiras como a Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), ABD (Associação Brasileira de Documentaristas), ABC (Associação Brasileira de Cinematografia), API (Associação de Produtores Independentes do Audiovisual Brasileiro), SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo), SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e Audiovisual), SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual), Mostra Internacional de São Paulo etc.

A iniciativa também conquistou apoios fundamentais fora do país. Entre os signatários internacionais encontram-se a Cinemateca Francesa, a Cinemateca Suíça, a Cinemateca de Bolonha, o Festival de Locarno (Suíça) e a FIAF (Federação Internacional de Arquivos de Filmes), que representa 152 cinematecas pelo mundo.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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