Bastante badalado por conta do lançamento recente de Destacamento Blood (2020), seu mais novo filme, o cineasta Spike Lee falou nesta sexta-feira, 12, ao programa de rádio novaiorquino In the Morning que achava errada a cultura do cancelamento, como são chamadas as tentativas de erradicar obras de pessoas que cometeram atos hediondos. Mais especificamente, defendeu Woody Allen: “Gostaria de dizer que Woody Allen é um ótimo cineasta e essa lógica do cancelamento não é apenas sobre ele. Não sei se é possível apagar alguém como se ele nunca tivesse existido. Woody é um amigo, companheiro fã do Knicks (nota da redação: o time de basquete New York Knicks), então imagino pelo que ele está passando agora”. Vale lembrar que Allen é suspeito de ter molestado sexualmente sua filha adotiva Dylan Farrow, quando a mesma tinha sete anos.
LEIA MAIS
Woody Allen admite aposentadoria
Woody Allen inspirou Studio Ghibli a disponibilizar seus filmes no streaming
Destacamento Blood :: Spike Lee fala sobre o calvário para realizar o filme
Uma enxurrada de críticas foi direcionada a Lee depois disso. O cineasta utilizou, então, o Twitter para voltar atrás: “Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas. Nunca tolerei e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual. Isso causa traumas permanentes e não pode ser minimizado”. Mas, chega mais: Spike Lee estava defendendo Allen tendo em mente que o colega cometeu os crimes dos quais é acusado – lembrando que ele foi inocentado dos mesmos após uma longa batalha judicial nos anos 1990? Ou ele acredita na inocência do amigo? Logo depois dessa retratação, Lee sofreu novamente críticas, mas agora de pessoas que entenderam como covarde sua mudança de posição tão drástica. Talvez para passar atestado de “responsabilidade”? Com a palavra, vocês.