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O cineasta Steven Soderbergh tinha um grande desafio pela frente ao aceitar ser o produtor principal do Oscar 2021, afinal de contas a maior festa de Hollywood aconteceria em meio a uma pandemia, com impossibilidades mil se avolumando. O veto à participação remota dos indicados foi algo duramente criticado, inclusive porque vários dos postulantes às estatuetas douradas não moram nos Estados Unidos e/ou fazem parte dos grupos de risco determinados pela Organização Mundial de Saúde. Mas, talvez a maior crítica negativa que Soderbergh foi ter mudado a ordem da entrega dos prêmios finais, deixando os dois de atuação protagonista para depois de Melhor Filme. Vários presumiram que a atitude visavam coroar a festa com a suposta vitória (que não veio) de Chadwick Boseman como Melhor Ator, mas o realizador disse que a mudança foi decidida antes do anúncio dos indicados.

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Numa recente entrevista ao jornal Los Angeles Times, Steven Soderbergh detalhou os motivos da alteração: “Era algo (a mudança) que decidimos fazer antes das indicações serem anunciadas – conversamos sobre isso em janeiro. Se trata de nossa convicção – que não acho infundada – de que os discursos dos atores tendem a ser mais dramáticos do que os dos produtores. Pensamos que seria divertido misturar as coisas, especialmente se as pessoas não soubessem que aconteceria. Sempre fez parte do plano. E então, quando as nomeações foram divulgadas e havia até a possibilidade de Chadwick ganhar postumamente, nosso sentimento era que se ele vencesse e sua viúva falasse, não haveria para onde ir depois disso”. Pelo jeito não deu muito certo, vide as objeções que pipocaram imediatamente nas redes sociais e a audiência 58% menor do que a do Oscar de 2020.

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O cineasta Steven Soderbergh
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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