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O Telecine preparou uma homenagem ENORME aos 125 anos do Cinema. Ao longo de sete meses, de dezembro de 2020 a junho de 2021, o hub exibirá no Telecine Cult e no seu streaming grandes clássicos do cinema mundial. Distribuído em 32 mostras, com quase 400 filmes, o Festival 125 anos de Cinema contará com um acervo valioso, partindo daqueles que ajudaram a pavimentar o caminho do cinema enquanto arte, segundo alguns, a maior do século 20. Em breve divulgaremos as informações sobre essa iniciativa a ser celebrada. Por enquanto, vamos de dica especialíssima. O Festival 125 anos de Cinema contará em dezembro com três seleções de importância vital: Pioneiras, Primeiro Cinema e Charles Chaplin. Dos vários exemplares disponibilizados nessas mostras, escolhemos nove ao todo (três de cada uma) para funcionar como aperitivos. Sem delongas, vamos conferir os nove filmes que o Papo Indica dessa primeira fase do Festival 125 anos de Cinema do Telecine. Ah, lembrando que novos usuários podem acessar por 30 dias gratuitos o mais completo catálogo do país. Não vai perder essa!

 

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PIONEIRAS DO CINEMA
Especialmente até o fim dos anos 1980 do século passado, era muito comum associar o nascimento do cinema a nomes masculinos. Todavia, felizmente, a historiografia vem sendo repensada a partir da importância vital de nomes como Alice Guy-Blaché, Germaine Dulac, Lois Weber, entre tantas outras pioneiras. Aqui vai uma seleção com três exemplares imprescindíveis para compreendermos o elemento feminino na vanguarda cinematográfica.

 

Algie, o Mineiro (1912) – de Alice Guy-Blaché
O filme mostra um sujeito obrigado a tentar convencer um magnata de que se trata do par perfeito para sua filha. Realizada nos Estados Unidos, essa pequena pérola é protagonizada por um dos primeiros (senão o primeiro) personagem homossexual do cinema, uma vez que Algie é alguém dado a vestir-se “diferente” e a beijar cowboys. Assista ao filme no Telecine.

 

Insatisfação (1916) – de Lois Weber
O protagonista é um veterano de guerra amargurado que vive num asilo para velhos soldados longe da ativa. Nem mesmo todos os luxos da mansão do sobrinho que o convida para morar com ele são suficientes para aliviar suas inúmeras dores existenciais. Dirigido por Lois Weber, esse curta-metragem com pouco mais de 25 minutos é ótimo. Assista ao filme no Telecine.

 

O Cigarro (1919) – de Germaine Dulac
Depois de uma bem-sucedida carreira jornalística, Germaine Dulac interessou-se por cinema e logo fundou uma companhia com seu marido. Transitou pela produção comercial, mas experimentou no impressionismo e no surrealismo. Neste filme, ela mostra um sujeito que pede inusitadamente a ajuda do destino para cometer suicídio. Assista ao filme no Telecine.

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PRIMEIRO CINEMA
Relativamente pouco amplamente estudado, o chamado Primeiro Cinema (aqui estabelecido de 1895 a 1915) é repleto de produções que apresentam uma vontade manifestada de expandir os horizontes estético-narrativos do cinema. São filmes em que boa parte das regras posteriormente vigentes são testadas, confirmadas, deliberadamente subvertidas, ou seja, se tratam de vinte efervescentes anos. Rever tais produções tem importância incomensurável.

 

A Marca do Zorro (1920) – de Fred Niblo
Douglas Fairbanks ficou conhecido como um dos grandes nomes da Hollywood pré-cinema falado. Entre outras coisas, suas façanhas físicas consolidaram aventuras fartamente citadas adiante, numa lógica de capa-espada que dominou por muito tempo o cinema. Aqui ele vive o Zorro, justiceiro mascarado lutando contra um governo opressor. Assista ao filme no Telecine.

 

O Martírio de Joana D’Arc (1928) – de Carl Theodor Dreyer
Simplesmente um dos filmes mais influentes da história do cinema. Uma personagem emblemática condenada à morte por liderar a insurreição francesa contra os ingleses é guiada por Jesus Cristo, embora torturada e abandonada pela igreja católica. Difícil fazer uma lista de grandes filmes dos anos 1920 sem colocar esse em destaque. Assista ao filme no Telecine.

 

Sete Anos de Azar (1921) – de Max Linder
Dirigido e protagonizado pelo genial Max Linder, esse filme que tem um pouco mais de 60 minutos mostra um homem supersticioso em desespero após quebrar um espelho antes de seu casamento. Mas, claro, ao tentar escapar ao seu malfadado destino, ele se envolve em situações tão engraçadas quanto potencialmente perigosas. Assista ao filme no Telecine.

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CHARLES CHAPLIN
O título remete ao sujeito que dispensa apresentações. Mas, por razões protocolares, vamos a elas. Charles Spencer Chaplin é tido por muitos como o maior nome do cinema. Um artista de múltiplos predicados, foi o primeiro astro global de uma arte que também tem sua própria fábrica de mitos. E nesse especial dentro do Festival 125 anos de Cinema, veremos não apenas suas obras-primas praticamente incontestáveis, mas algumas pérolas de metragem menor.

 

O Garoto (1921) – de Charles Chaplin
Um dos filmes mais bonitos da história do cinema. O Vagabundo de chapéu coco adota um menino que, assim como ele no passado, foi deixado à própria sorte. Embora relute no começo, Carlitos rapidamente desenvolve um afeto enorme por essa criança o que, adiante, será motivador de sequências de dar nó na garganta. Assista ao filme no Telecine.


Luzes da Cidade (1931) – de Charles Chaplin
O Vagabundo se apaixona por uma florista cega e vive uma amizade sazonal com um ricaço. O endinheirado apenas o reconhece como alguém querido quando embriagado. Carlitos, por sua vez, parece determinado a juntar dinheiro suficiente a fim de custear a cirurgia que pode devolver a visão à amada. Um dos longas mais lindos de Chaplin. Assista ao filme no Telecine.

 

Tempos Modernos (1936) – de Charles Chaplin
O homem sendo transformado pela automatização da sociedade. Chaplin faz uma crítica melancólica à acelerada modificação da essência humana em virtude da prevalência das máquinas. Depois de ter um colapso nervoso, o protagonista é confundido com um agitador comunista e se aproxima por uma bela jovem. Obra-prima. Assista ao filme no Telecine.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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