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Bond, James Bond. O agente secreto britânico mais famoso dos cinemas, egresso das páginas escritas por Ian Fleming a partir de 1953, virou sinônimo de espionagem cinematográfica. É claro que ao longo dos anos ele foi se transformando, do sedutor/irrepreensível/charmoso num sujeito complexo, alinhado com a nossa contemporaneidade. Aliás, para conferir essas mutações pelas quais o personagem foi passando desde o começo dos anos 1960, o Papo de Cinema indica conferir o catálogo do Telecine, lá onde todos esses filmes estão disponíveis. Moleza, não é mesmo? Na iminência da estreia do 25º filme da saga, nossos editores fizeram uma eleição interna para selecionar os melhores exemplares 007. Os critérios foram vários, da qualidade dos filmes à importância de determinados elementos em cena, tais como bond girls e vilões icônicos, cenas inesquecíveis e, claro, o Brasil. Então, confira abaixo nossas indicações dentro do universo James Bond, claro, produções ao alcance de todos assinantes do Telecine.

 

007 Contra o Satânico Dr. No (1962)
Toda obra inaugural tem um gostinho muito especial. Sean Connery não era um sujeito tão conhecido, mas havia uma aposta muito alta diante da primeira adaptação aos cinemas dos escritos de Ian Fleming. Com um orçamento modesto (cerca de US$ 1 milhão), o filme pega carona no ápice da Guerra Fria, um tema recorrente nos filmes do 007, e é ambientado majoritariamente na Jamaica, então entendido como cenário exótico. Não faltam as famosas cenas de perseguição de carro e uma das bond girls mais famosas de todas, aquela que viria a ser reverenciada em outra produção da saga James Bond mais adiante. Ícone é ícone, né?
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): Ursula Andress saindo do mar de biquini.
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007 Contra Goldfinger (1964)
Muitos fãs de James Bond consideram este como o melhor dos (até agora) 24 filmes estrelados pelo agente secreto mais famoso do cinema. Depois do sucesso estrondoso de 007 Contra o Satânico Dr. No, James Bond caiu nas graças do público.  Protagonizado por Sean Connery, ele compreende todos os principais elementos que tornaram o personagem icônico, assim sendo canônico: Bond é um cara charmoso, quase irresistível, dirige um Aston Martin cheio de traquitanas e é levado a confrontar o vilão megalomaníaco com planos de dominação global. A fórmula aqui adquire um ajuste fino, abrindo caminho a essa franquia de fôlego sem igual.
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): Jill Masterson com o corpo inerte e coberto de ouro.
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007 Contra a Chantagem Atômica (1965)
Os bastidores desta produção foram marcados por uma enorme briga judicial que se arrastou até 2013. Kevin McCloryn alegou que era grande parte autor do livro de Ian Fleming. Rolou processo por plágio e tudo mais. Sobre o filme propriamente dito, Bond precisa evitar que Miami seja literalmente explodida, tendo de lidar com a chantagem da SPECTRE (acrônimo do inglês: SPecial Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion), organização criminosa então já mencionada na saga e que se tornaria uma sombra frequente em filmes posteriores. Bond em trajes de banho e, quando dá, salvando o mundo.     
Cena inesquecível (
pra ver no Telecine): Bond voando com um jetpack (propulsor a jato).
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007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)
Você se lembra de George Lazenby? O ator australiano surgiu com a imensa missão de substituir Sean Connery  que, após Com 007 só se Vive Duas Vezes (1967), decidiu pendurar a licença 00 (que ele retomaria logo adiante). Mesmo que Lazenby não tenha deixado lá muitas saudades como Bond, este filme é considerado um dos melhores da saga. Em meio a um relacionamento amoroso conturbado, o protagonista se concentra em encontrar o icônico Ernst Stavro Blofeld (Telly Savalas, substituindo Donald Pleasence). Amorosamente mais vulnerável, o agente encara a missão perigosíssima, num filme que vem sendo redescoberto.
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): O clipe de Bond interagindo com a sua amada.
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007 O Espião que Me Amava (1977)
Este está aqui presente porque é responsável por boa parte da iniciação de alguns fãs de James Bond. Primeiro longa-metragem feito sem base num livro específico de Ian Fleming, e o terceiro de Roger Moore como o personagem que lhe traria fama global, ele tem um enredo que envolve submarinos nucleares e apresenta o temível Dentes de Aço (vivido por Richard Kiel), que se tornaria um dos grandes oponentes de James Bond. Tem gente que garante que este é o melhor Bond de Moore (eu ouvi “polêmica”?). De quebra, a canção Nobody Does It Better, na voz de Carly Simon, foi indicada ao Oscar. Para ninguém (ou poucos) botar defeito.
Cena inesquecível (
pra ver no Telecine): O carro de Bond mostrando ser bom até mesmo embaixo d’água.
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007 Contra o Foguete da Morte (1979)
Este se encontra aqui PURA E SIMPLESMENTE pelo fator “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. A trama rocambolesca que mostra James Bond lutando contra um milionário francês decidido a detonar o plano atômico, erradicar a humanidade e começar tudo do zero fora da Terra (oi?) é fraquinha. Mas, em determinado ponto das andanças mundiais, Bond vem para o Brasil, chegando a lutar com o Dentes de Aço nos cabos do bondinho do Pão de Açucar, dos pontos turísticos mais importantes do Rio de Janeiro. Já Roger Moore acusa o cansado e cria praticamente uma caricatura do que fora como 007.
Cena inesquecível (
pra ver no Telecine): Bond lutando contra Dentes de Aço no bondinho.
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007 Permissão para Matar (1989)
Parte dos mais especialistas em Ian Flemming dizem que nunca houve um ator tão adequado vivendo James Bond quanto Timothy Dalton. Neste filme há uma motivação bem diferente das vistas nas demais produções 007. Ao invés de colocar seus charme e habilidade a serviço de alguma tarefa imprescindível contra vilões megalomaníacos e aparentemente invencíveis pelo bem de algo maior, aqui Bond é guiado pura e simplesmente por uma atiçada vontade de vingança. Ele trabalha fora do radar do serviço secreto britânico para colocar em prática a revanche pessoal contra um traficante de drogas que assassinou um casal de amigos seus.
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): Bond grudado num avião anfíbio em movimento.
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007 Contra Goldeneye (1995)
A estreia de Pierce Brosnan é, sem dúvida, um dos melhores James Bond dos anos 1990. Começando em altíssima voltagem, o filme apresenta o agente e seu parceiro tentando destruir um laboratório russo de armas químicas. Algo sai severamente errado e Bond precisará colocar a missão acima de seus sentimentos. Ele novamente encara os russos muitos anos depois e o passado reaparece surpreendentemente para mexer com suas convicções. A ação frenética, a excelente utilização da falta de tempo como fator complicador, tudo isso entra no pacote dessa verdadeira injeção de adrenalina num universo que pedia novidades.
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): Bond num tanque de guerra, tocando o terror.
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007 Cassino Royale (2006)
Se você não chiou quando Daniel Craig foi escolhido para ser James Bond após o período Pierce Brosnan, das duas uma: nem era nascido ou estava pouco se lixando. Os fãs mais extremos bateram o pé, rechaçaram a ideia de um Bond brutamontes…mas, caíram enormemente do cavalo. Aliás, este filme marcou uma virada importante para o personagem, claramente influenciado por Jason Borne, afeito a um tipo de ação mais física, frenética, além da concepção psicológica dotada de nuances. O resultado foi tão bem-sucedido que Bond renasceu das cinzas como uma saga de alcance e interesse mundial, voltando a ser relevante.  
Cena inesquecível (
pra ver no Telecine): O carteado com os inimigos no cassino.
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007 Operação Skyfall (2012)
Falar de “melhores e piores” sempre é polêmica na certa, ainda mais quando estamos diante de uma saga com um séquito enorme de apaixonados. Mas, tem muito fã, inclusive das antigas, que reverencia este como um dos pontos altos da franquia. Nos deparamos com um Bond fragilizado após uma cena de abertura eletrizante. A passagem do tempo coloca em xeque a infalibilidade do agente com permissão para matar. É um filme que fala sobre envelhecer e carregar determinadas heranças. Tem fanservice para dar e vender, um roteiro e uma direção muito maduros e Javier Bardem alucinado como vilão típico da saga.
Cena inesquecível (pra ver no Telecine): Certo Aston Martin utilizado para chegar ao exílio.
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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