Em princípio, Tenet (2020), o aguardado novo filme do cineasta britânico Christopher Nolan, seria lançado em julho nos cinemas. Depois, foi reprogramado para agosto. Aliás, chegou a ser celebrado precipitadamente como o potencial blockbuster que se encarregaria de abrir novamente as portas do cinema global pós-pandemia. O problema é que se esqueceram de avisar justamente a pandemia. Com o número de casos positivos do novo coronavírus aumentando em várias regiões dos Estados Unidos – decorrência da política de apressada flexibilização da quarentena, como estamos vendo atualmente no Brasil –, a Warner Bros. decidiu retirar o filme do calendário de lançamentos, assim o adiando indefinidamente. Nolan é um defensor ferrenho da experiência cinematográfica e já recusou que o filme fosse lançado diretamente em streaming ou que tivesse première fora dos Estados Unidos.
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É difícil imaginar, de qualquer maneira, que Hollywood vá lançar filmes com potencial de “arrasar quarteirões” sem a disponibilidade total do circuito global. Não é de hoje que a bilheteria internacional se torna vital para fechar as contas de grandes produções. Embora os adiamentos também representem perdas significativas, arremessar um filme-evento em poucos territórios, não contando integralmente com mercados essenciais, pode ser um desperdício e tanto. Outra coisa que depõe contra filmes como Tenet é sua extensa duração. A China, por exemplo, pretende reabrir seus cinemas ainda em julho em áreas de baixo risco, mas adotando, inclusive, a regra de duração máxima de 120 minutos para longas a serem programados. Como Tenet tem aproximadamente 150 minutos, ele não estaria inicialmente apto a ser projetado num dos mercados mais importantes do mundo. Pepino para a Warner Bros.