Num recente evento na Filmoteca da Catalunha, na Espanha, o cineasta britânico Terry Gilliam (que também foi um dos principais membros do grupo cômico Monty Python), ao ser questionado sobre os filmes de super-heróis, que vêm dominando o circuito comercial mundial há alguns anos, foi enfático, como sempre: “São chatos e repetitivos. Tecnicamente são brilhantes e contam com alguns intérpretes ótimos. Há, ainda, momentos maravilhosos, mas para mim é o mesmo filme de sempre. Tenho a sensação de assistir sempre ao mesmo filme. Me incomoda que as pessoas estejam tão desesperadas para acreditar em super-heróis e negligenciem pessoas reais que fazem coisas extraordinárias. Então esses filmes geralmente não me interessam. Realmente não assisto à maioria deles, mas quando faço isso, meio que acabo sentindo inveja, porque algumas das pessoas que trabalham neles são realmente boas, bem melhores do que eu jamais poderia ser”.
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Mas, Vingadores: Guerra Infinita (2018) surgiu como uma bem-vinda exceção nesse panorama pasteurizado, segundo o veterano. “Devo admitir, no entanto, que esse último Vingadores, com o Josh Brolin como o vilão, me agradou muito. Estava entediado, mas logo surgiram coisas que me fizeram sorrir”. Aqui na redação a gente consegue até imaginar – já que sonhar (ainda) não custa nada – um filme de super-herói dirigido por Gilliam, com seu senso estético apurado, se valendo da capacidade do cineasta de criar mundos fabulares de qualidade singular. Infelizmente, deve ser apenas um sonho, mesmo.
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