Terry Gilliam é um diretor persistente. Ele tem sido associado a algumas das produções mais turbulentas do cinema recente: O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus (2009) já tinha filmado mais da metade das cenas quando o ator principal, Heath Ledger, faleceu, obrigando o cineasta a concluir o projeto com dois outros atores assumindo o personagem. O resultado foi uma recepção morna por parte de crítica e público.
Já O Homem que Matou Dom Quixote (2018) demorou mais de quinze anos para ser concluído, entre troca de atores, brigas na filmagem, problemas de financiamento etc. O projeto, pouco apreciado durante o lançamento, se tornou mais famoso pelos incidentes nos bastidores do que pelo resultado em tela. Mesmo O Teorema Zero (2013) desagradou pela mistura muito particular de fantasia e realismo.
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Mesmo assim, Gilliam tem vários projetos em mente para os próximos anos. Além do roteiro de Fisher King, já concluído, o cineasta revelou que tinha um projeto quase pronto, interrompido pela quarentena: “Eu ia fazer um filme originalmente baseado numa ideia de Stanley Kubrick. Já tinha um roteiro e um elenco, mas o isolamento social arruinou tudo”.
Inicialmente, acreditou-se que o projeto secreto se trataria da sequência de Dr. Fantástico (1964), concebida por Kubrick especialmente para Gilliam dirigir. Curiosamente, este último apenas descobriu o “presente” após o falecimento do diretor de O Iluminado (1980). O roteiro é intitulado Son of Strangelove. No entanto, o estudioso Filippo Ulivieri revelou nesta segunda-feira que o filme seria a adaptação do conto Lunatic at Large, que Kubrick escreveu em 1956 e pensou em adaptar, antes de abandonar a ideia em 1962.