Morreu nesta quarta-feira, 24, aos 83 anos, a cantora Tina Turner. A popular artista norte-americana – dona de hits como “What’s Love Got to Do with It“, “The Best” e “We Don’t Need Another Hero” – se foi “de forma pacífica em sua casa em Kusnacht, na Suíça”, segundo os seus assessores. “A Rainha do Rock’n Roll morreu em paz“, confirmou o porta-voz da musicista, que completou “com ela, o mundo perde uma lenda da música e um modelo a ser seguido”. Vale lembrar que a vencedora do Grammy enfrentou problemas de saúde nos últimos anos, desde quando foi diagnosticada com câncer no intestino em 2016. Em 2017, ela chegou a passar por um transplante de rim.
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Nascida na cidade de Brownsville, no Tennessee, Estados Unidos, Anna Mae Bullock (seu nome de batismo) cresceu em meio a um ambiente de segregação racial no sul da potência norte-americana. Nesse cenário desfavorável, ela e a irmã foram abandonadas pelos pais e tiveram de sobreviver quase que sozinhas cuidando da avó idosa. Em St. Louis, Anna começou a ter contato com diversos clubes noturnos. Num deles conheceu o chamado Rei do Ritmo, Ike Turner, em 1956. Apaixonada pelo ramo musical, ela esqueceu os planos de ser enfermeira e passou a acompanhar a banda, até que Ike lhe pediu que gravasse um teste de “A Fool in Love”, que seria excluído depois. Porém, ao ouvi-la cantando, o intérprete resolveu deixar a sua voz como fundo, e a faixa tornou-se um sucesso. Em seguida, ambos se casaram e Anna Mae se tornou Tina Turner. Com fãs como James Brown e Ray Charles, a The Revue, banda de Tina e Ike, foi obtendo êxitos ao longo dos anos 1960. Porém, apesar dos talentos artísticos e empresariais de Ike, ele era um marido violento. Depois de anos sofrendo nas mãos dele e de uma tentativa de suicídio, Tina o abandonou.
Convidada a participar de um programa especial televisivo de Olivia Newton-John em 1980, Tina teve a ideia de convencer a equipe da apresentadora a chamá-la para trabalhar com eles. Uma vez contratada, foi introduzida pelos Rolling Stones no mundo do Rock’n’Roll, sonho que Turner sempre buscou. Depois que ela foi escolhida para ser a capa de um álbum de Al Green em 1983, logo as gravadoras passaram a exigir não apenas as suas participações especiais em faixas como convidada, mas um álbum completo e autoral. E isso aconteceu em 1985, com Private Dancer, que estourou nas vendas e a deixou conhecida o suficiente para ser convidada a participar do filme Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (1985). Na trama do terceiro longa-metragem da saga com Mel Gibson, a musicista interpreta Tia Entity, a principal vilã da história. Oito anos mais tarde, voltou às telonas com a aventura O Último Grande Herói (1993), ao lado de Arnold Schwarzenegger, na qual aparece como a prefeita de Los Angeles.
No ano 2000, anunciou sua aposentadoria dos palcos, ainda que continuasse produzindo e gravando em menor escala. Sua trajetória até os anos 1980 foi contada no filme Tina: A Verdadeira História de Tina Turner (1993), produção que contou com Angela Bassett como protagonista e Laurence Fishburne encarnando Ike. Os desempenhos de ambos, inclusive, lhes renderam indicações ao Oscar.
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