Tônia Carrero morre aos 95 anos no Rio de Janeiro

Maria Antonieta Portocarrero Thedim, que se tornou nacionalmente conhecida como Tônia Carrero, morreu na noite de sábado, no Rio de Janeiro. Ela tinha 95 anos e estava passando por uma pequena cirurgia em uma clínica particular na Gávea, Zona Sul da capital carioca, quando teve uma parada cardíaca e não resistiu, de acordo com relatos da família da atriz. Ela havia sido internada na sexta (02/3) com uma úlcera no sacro e morreu durante o procedimento médico, afirmou a neta Luísa Thiré. O velório aconteceu neste domingo, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Seu corpo deverá ser cremado na segunda-feira (05/3), no Memorial do Carmo.

Durante toda a sua carreira, Tônia Carrero marcou presença em 54 peças de teatro, 19 filmes e 15 novelas. Sua primeira aparição foi direto na tela grande, em uma ponta na comédia romântica Querida Susana (1947), de Alberto Pieralisi. Logo em seguida já era protagonista de Tico-Tico no Fubá (1952), de Adolfo Celi, em que fazia par com Anselmo Duarte. Outros sucessos que estrelou foram Tempo de Violência (1969), com Raul Cortez, A Bela Palomera (1988), de Ruy Guerra, e Chega de Saudade (2007), de Laís Bodanzky, que marcou sua última aparição artística. Por este trabalho ela ganhou, ao lado dos demais nomes femininos do elenco, o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Cartagena, na Colômbia.

Na televisão, seu grande trabalho foi como Stella Fraga Simpson, na novela Água Viva (1980), pelo qual foi indicada ao Troféu Imprensa e ganhou foi escolhida como Melhor Atriz do ano pela APCA – Associação de Críticos de Cinema de São Paulo. Já sua personagem mais popular talvez tenha sido a Rebeca de Sassaricando (1987), em que fez par com Paulo Autran, um dos maiores parceiros que teve nos palcos. Sua última peça foi Um Barco para o Sonho, de Alexei Arbuzov, em 2007. No ano seguinte, foi a estrela homenageada do Prêmio Shell de Teatro.

Filha de Hermenegildo Portocarrero e Zilda de Farias Portocarrero, nasceu em 23 de agosto de 1922. Tônia Carrero foi casada três vezes, e era mãe do também ator Cecil Thiré e avó do ator Miguel Thiré. Formada em Educação Física, se aprofundou no universo da interpretação após o primeiro marido, o artista plástico e diretor de cinema Carlos Arthur Thiré, a levar para morar em Paris. Em 1949 subiu aos palcos pela primeira vez, em Um Deus Dormiu lá em Casa, já tendo Paulo Autran ao seu lado. O diretor era Adolfo Celi, segundo marido da atriz. Ao longo dos anos interpretou textos de Shakespeare, Noel Coward, Sartre e Pirandello, entre outros. Em 2014, na 20ª edição do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, Tônia Carrero se tornou a primeira estrela a receber o Prêmio Guarani Honorário, pelo conjunto de sua carreira. Ao todo, esteve na ativa por mais de 60 anos de carreira.

(Fonte: G1, IMDb e Papo de Cinema)