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Tony Bennett, lenda do Jazz e vencedor de dois Emmys, morre aos 96 anos

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Um dos ícones da música internacional faleceu nesta sexta-feira, 21. Tony Bennett, astro do Jazz, nos deixou aos 96 anos, em Nova York, nos Estados Unidos. O músico foi diagnosticado com Alzheimer em 2016, mas continuou a se apresentar e gravar até 2021. A morte do artista foi confirmada por sua representante, Sylvia Weiner. Considerado por Frank Sinatra como o “maior cantor popular do mundo“, Bennett atingiu, em 2009, a marca de 50 milhões de discos vendidos em todo o mundo. Com diversas aparições no cinema, teve uma trajetória premiada também na televisão e nos palcos.

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Nascido em 1926, na cidade de Nova York, Anthony Dominick Benedetto começou a cantar ainda criança. Jovem adulto, chegou a lutar na fase final da Segunda Guerra Mundial como atirador de infantaria do Exército dos Estados Unidos. Em seguida, desenvolveu sua técnica de canto, assinando com a Columbia Records em 1950. Teve sua primeira canção número um com “Because of You“, em 1951. Na sequência, iniciou uma exitosa carreira no jazz. No final dos anos 1950, com álbuns como “The Beat of My Heart” e “Basie Swings, Bennett Sings“, já era considerado uma estrela internacional, que ganhou ainda mais força com “I Left My Heart in San Francisco“, faixa que ficou marcada como seu maior hit.

Após alcançar a fama, sua carreira e vida pessoal sofreram uma desaceleração prolongada, durante o auge da era das bandas de rock. Na virada dos anos 1980 para os 1990, voltou aos holofotes pelo interesse dos artistas da geração MTV, que começaram a convidá-lo para parcerias. Entretanto, seu estilo musical manteve-se intacto. Lady Gaga, Amy Winehouse, Thalía, Christina Aguilera, Gloria Estefan, Andrea Bocelli, Mariah Carey e Michael Bublé foram alguns dos famosos que participaram de duetos com Tony. Os brasileiros Roberto Carlos, Ana Carolina e Maria Gadú, nos anos 2010, também promoveram parcerias com o cantor. Outro momento que marcou esse resgate do músico pelas novas gerações foi sua convocação para o especial “We Are the World” de 2010, regravação do sucesso de Michael Jackson – criado em 1986 para acabar com a fome na África – para apoiar as vítimas do Sismo do Haiti.

Bennett também deu as caras diversas vezes no cinema e na TV, mas sempre interpretando a si mesmo. Nos anos 1970, participou da série The Doris Day Show. Ainda na telinha, envolveu-se com produções como Saturday Night Live, Entourage: Fama & Amizade, 30 Rock e Os Simpsons. Já na telona, apareceu nos filmes O Pancada (1994), Máfia no Divã (1999), Todo Poderoso (2003) e Muppets 2: Procurados e Amados (2014). Entre os anos 1990 e 2020, foi indicado a cinco Emmys. Venceu o troféu da Academia de Artes e Ciências Televisivas em 1996, pelo Desempenho Individual em Programa de Variedades/Musical em Tony Bennett Live by Request: A Valentine’s Special, e em 2007, com Tony Bennett: An American Classic, na mesma categoria. Ao todo, entre 1963 e 2022, o artista venceu 21 Grammys, além de ter recebido o Lifetime Achievement Award pelo conjunto da obra em 2001.

Filiado ao partido Democrata norte-americano, Bennett apoiou o movimento dos direitos civis, participou das marchas de Selma a Montgomery em 1965, e se recusou a cantar na África do Sul durante o Apartheid. Ele deixa a viúva Susan Crow (como quem estava casado desde 2007) e os filhos Danny, Antonia, Dae e Joanna.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br