Geni e o Zepelim :: Protagonista será interpretada por atriz trans. Mas ela fará companhia a quais outras personagens trans do cinema brasileiro?

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Geni e o Zepelim será o próximo filme brasileiro protagonizado por uma atriz trans, marcando um novo capítulo na representação de atrizes trans no audiovisual nacional. A produção ganhou atenção após a polêmica envolvendo a escalação inicial de Thainá Duarte, atriz cis, para o papel principal – tema abordado em duas reportagens do Papo de Cinema. Agora, com nova protagonista confirmada, a personagem inspirada na icônica canção de Chico Buarque se junta a uma ainda pequena, mas significativa galeria de atrizes trans nas telonas brasileiras. Siga o fio e conheça outras figuras que ajudaram a pavimentar esse caminho!

CINEMA TRANS: AS PIONEIRAS

Antes da presença crescente de atrizes trans nas telas contemporâneas, nomes como Rogéria e Roberta Close já ocupavam espaços no audiovisual brasileiro, ainda que em papéis muitas vezes marcados pelo estigma e pelo exotismo da época. Rogéria, ícone da televisão e do teatro de revista, que se autointitulava “a travesti da família brasileira“, participou de produções como A Maldição do Sanpaku (1991), de José Joffily, e Copacabana (2001), de Carla Camurati, sempre imprimindo sua presença carismática a personagens que transitavam entre o cômico e o provocativo.

Cinema trans: Rogéria

Já Roberta Close, símbolo sexual dos anos 1980, atuou em títulos como No Rio Vale Tudo (1984), de Philippe Clair, e O Escorpião Escarlate (1990), de Ivan Cardoso, onde sua figura era explorada como fetiche e fantasia. Mesmo limitadas por uma indústria que não compreendia plenamente suas identidades, ambas pavimentaram o caminho para que outras atrizes trans pudessem ocupar as telas com mais liberdade e complexidade.

CINEMA TRANS: A NOVA GERAÇÃO

VALENTINA SAMPAIO EM BERENICE PROCURA (2017)

Modelo internacional e ativista pelos direitos trans, Valentina Sampaio fez sua estreia no cinema interpretando Isabelle, uma jovem que se envolve no mistério investigado pela taxista Berenice, interpretada por Cláudia Abreu. Embora coadjuvante, a personagem de Valentina é essencial para o desenrolar da trama, trazendo visibilidade para uma atriz trans em um thriller nacional de grande circulação.

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LINN DA QUEBRADA EM CORPO ELÉTRICO (2017)

Antes mesmo de sua consagração como artista multimídia, Linn da Quebrada participou do elogiado longa de Marcelo Caetano, que retrata os afetos e as vivências da juventude LGBTQIA+ na periferia. No papel de uma das colegas da fábrica onde trabalha o protagonista, Linn imprime sua presença singular.

Cinema trans: Linn da Quebrada

ANNE MOTA EM ALICE JÚNIOR (2019)

Estreando no cinema com uma protagonista carismática, Anne interpreta Alice, uma adolescente trans youtuber que precisa enfrentar preconceitos e burocracias ao se mudar para uma escola conservadora no interior. O filme é empoderador e Anne entrega uma atuação espontânea e cativante, fazendo de Alice Júnior um marco da representatividade no cinema jovem brasileiro.

THIESSA WOINBACKK EM VALENTINA (2020)

Em um dos papéis mais elogiados da recente safra do cinema LGBTQIA+ brasileiro, Thiessa vive Valentina, uma adolescente que tenta recomeçar a vida com a mãe em uma nova cidade, enfrentando obstáculos administrativos e sociais para ser reconhecida com seu nome e identidade. A performance de Thiessa é contida, sensível e poderosa.

Cinema trans: Thiessa Woinbackk

LINIKER EM MANHÃS DE SETEMBRO (2021)

Conhecida inicialmente pela música, Liniker protagonizou a série dramática do Prime Video no papel de Cassandra, uma mulher que vê sua rotina virar de cabeça para baixo quando descobre que tem um filho. A atuação de Liniker foi celebrada por sua profundidade emocional e por evitar estereótipos, mostrando uma mulher trans em busca de autonomia e afeto.

KIKA SENA EM PALOMA (2022)

Com atuação premiada, Kika Sena interpreta Paloma, mulher nordestina que sonha com um casamento religioso tradicional. O filme, de Marcelo Gomes, baseia-se em uma história real e destaca o cotidiano e os desejos legítimos de sua protagonista. A presença de Kika em cena carrega verdade e resistência.

Cinema trans: Kika Sena

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br