Tron: Ares (2025) chega em 09 de outubro aos cinemas brasileiros dando sequência a aventuras iniciadas lá nos anos 1980, quando “tudo era mato” no campo da ficção científica especulativa sobre mundos virtuais. A última parte da trilogia Tron segue um programa altamente sofisticado (Ares) enviado do mundo digital para o mundo real em uma missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres de Inteligência Artificial. Se quando Tron: Uma Odisseia Eletrônica (1982) estreou a virtualidade era algo muito distante da maioria das pessoas, agora a discussão sobre IA está no dia a dia de quase todo mundo.
Tron: Ares é dirigido por Joachim Rønning, indicado ao Oscar 2013 de Melhor Filme Internacional com A Aventura de Kon Tiki (2012) e que também comandou Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017) e Malévola: Dona do Mal (2019). O elenco conta com Jared Leto, Greta Lee, Evan Peters, Hasan Minhaj, Jodie Turner-Smith, Arturo Castro, Cameron Monaghan, Gillian Anderson e Jeff Bridges – sim, o protagonista do Tron original.
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Tron: Ares marca uma mudança significativa na franquia, exatamente porque mostra a interação perigosa entre os mundos virtual e real. Em Tron: Uma Odisseia Eletrônica e Tron: O Legado (2010) a ação acontecia principalmente em âmbito virtual. Faz parte da estratégia de divulgação da novidade não entregar muitas informações previamente, tanto que o trailer (que você pode ver abaixo) não é do tipo “resumindo a trama em alguns minutos”. Ainda bem, diga-se de passagem.
Tron: Ares terá Jeff Bridges retomando o papel de Kevin Flynn, gênio criador do jogo de arcade Tron que havia desaparecido. Deixando o protagonismo desta vez para o personagem de Jared Leto, ele deve funcionar como uma espécie de mentor intelectual ou mesmo aparição para validar o cânone, exatamente como aconteceu com o personagem de Harrison Ford em Blade Runner 2049 (2017), ou seja, importante do ponto de vista sentimental, mas longe de ser o centro das atenções. Lembrando que isso é apenas especulação.
Tron: Uma Odisseia Eletrônica foi uma verdadeira revolução quando lançado em 1982. Lembre-se que estávamos numa realidade em que a virtualidade era um conceito muito abstrato, inclusive não previsto como especulação na maioria das obras de ficção científica. Então, o filme estrelado por Jeff Bridges e dirigido por Steven Lisberger teve uma relevância enorme no campo dos efeitos digitais e na representação da virtualidade no mundo pop. Nele, Kevin Flynn é um ex-programador que deixou seu chefe milionário com a criação de jogos. Para provar a autoria dos projetos, ele invade o computador central da corporação, a partir daí começando uma guerra cibernética.
Tron: Uma Odisseia Eletrônica foi um dos primeiros filmes a utilizar o CGI de modo significativo e um dos vanguardistas no mergulho nessa ideia de um universo dentro de um computador. Pode-se imaginar que sua estética inovadora também tenha influenciado uma série de clipes e filmes posteriores que expandiram esse conceito de virtualidade. E, de certa forma, o filme também antecipou a interseção entre os universos cinematográfico e dos games. Mesmo que o longa-metragem oitentista não tenha sido um estouro nas bilheterias, adquiriu status de cultuado ao longo das décadas seguintes justamente por seu caráter visionário.
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