Foi-se o tempo em que anualmente, sem falta, havia um novo filme de Woody Allen nas telonas. Aos 88 anos de idade (prestes a completar 89), o nova-iorquino mais neurótico do cinema norte-americano viu seu ritmo de trabalho desacelerando em virtude das restrições que a idade avançada lhe impõe e de algumas portas sendo fechadas depois que as alegações de sua suposta má conduta sexual nos anos 1990 voltaram à pauta pública. Foram três anos entre O Festival do Amor (2020) e Golpe de Sorte em Paris (2023), hiato também explicado pela pandemia da Covid-19, já que o cronograma inicial previ asa filmagens no começo de 2020. Por fim, o 50º longa-metragem de Allen está prestes a chegar ao Brasil depois de muita incerteza.
Com um lançamento bastante restrito nos Estados Unidos – o que o fez se tornar fenômeno de pirataria, conforme esta matéria do The Hollywood Reporter -, o filme falado em francês (o primeiro da carreira dele 100% em outro idioma) demorou a ser adquirido no Brasil. Mas, se acalmem fãs de Woody Allen, pois Golpe de Sorte em Paris chegará oficialmente às telonas brasileiras pela O2 Filmes em 19 de setembro. E aqui nós contamos tudo o que sabemos dessa produção.
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Em Golpe de Sorte em Paris, Fanny parecia ter um casamento perfeito com Jean. Ambos são bem-sucedidos profissionalmente, bonitos, gozam de uma vida social satisfatória, são aparentemente bem resolvidos conjugalmente e vivem num lindo apartamento num bairro de alto padrão em Paris. No entanto, o destino tem as suas próprias ironias e esse paraíso sofre as primeiras rachaduras quando Fanny esbarra inesperadamente com Alain, antigo colega de escola com o qual fica encantada. Eles logo se encontram novamente e ficam cada vez mais próximos até que o adultério impõe uma rotina excitante mas, ao mesmo tempo, também perigosa. Confira a prévia legendada logo abaixo:
Os três personagens principais de Golpe de Sorte em Paris são interpretados por Lou de Laâge (Agnus Dei, 2016), Niels Schneider (Amores Imaginários, 2010) e Melvil Poupaud (Uma Bela Manhã, 2022). Completam o elenco: Anna Laik, Yannick Choirat, Guillaume de Tonquédec, William Nadylam, Elsa Zylberstein, Arnaud Viard, Jeanne Bournaud e Anne Loiret. Na ficha técnica se destaca também o nome do diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro, uma verdadeira lenda viva com a qual Woody Allen colaborou muito nos últimos anos – eles fizeram juntos Café Society (2016), Roda Gigante (2017), Um Dia de Chuva em Nova York (2019) e O Festival do Amor (2020). Certeza de apuro visual, cores quentes e cenários repletos de poesia.
Golpe de Sorte em Paris teve sua première mundial no último Festival de Cinema de Veneza e, segundo um dos responsáveis pelo Festival de Cannes, somente não foi selecionado para o evento francês por receio dos organizadores sobre eventuais polêmicas ofuscando a exibição. Durante algumas aparições públicas para promover o filme, o quase nonagenário cineasta deu indícios de que este pode ser o seu último longa-metragem: “Estou em cima do muro sobre isso. Não quero ter que sair para conseguir dinheiro. Acho isso um pé no saco. Mas se alguém aparecer, entrar em contato e disser que quer apoiar um novo filme, então eu consideraria isso seriamente. Provavelmente não teria tanta força de vontade para dizer não, porque tenho muitas ideias ainda não concretizadas”. Questionado sobre as dificuldades de distribuição de Golpe de Sorte em Paris nos Estados Unidos, ele fez um diagnóstico sobre o momento atual: “Não importa for distribuído aqui (nos EUA) ou não. Uma vez que faço, não sigo mais o filme. Distribuição não é mais o que era. Agora se trata de duas semanas em um cinema… Todo o negócio mudou e não de uma forma atraente. Todo o aspecto romântico de fazer filmes se foi”.
E aí, numa escala de ansiedade que vai de 0 a 10, qual a sua expectativa para Golpe de Sorte em Paris?