O Brasil está aderindo a um moralismo fundamentalista complicado. Senão, vejamos. Um Príncipe em Nova York (1988), exibido exaustivamente nas matinês televisivas nos anos 1980, 1990 e 2000, teve nesta sexta-feira, 29 de janeiro, sua classificação indicativa revista pelo Ministério da Justiça. Antes, era considerado LIVRE, ou seja, sem restrições de horário para exibição. Agora, é recomendado para maiores de 14 anos, o que na prática o restringe para veiculação na televisão para depois das 21h. De acordo com o site Farofafá, o motivo alegado seria que o longa-metragem “apresenta conteúdos relativos aos eixos temáticos, de violência, sexo e drogas, com destaque para a tendência de nudez”. Vale lembrar: nas outras circunstâncias em que avaliado, foi liberado sem restrições, em 1988, 1991 e 2001. Desta vez, segundo o órgão oficial, a reavaliação foi motivada pela denúncia de um cidadão.
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Considerado importante do ponto de vista da representatividade racial, Um Príncipe em Nova York é mais uma vítima da mentalidade moralista que impera no governo Jair Bolsonaro. No parecer sobre a nova classificação indicativa do filme, consta: “(…) procedida uma nova análise, verificou-se que desde a primeira classificação da obra a política pública da Classificação Indicativa se consolidou com intensa participação da sociedade e hoje tem critérios e métodos claros, definidos e distintos dos daquela época, e que por tais critérios, a obra não se enquadraria mais na classificação e descritores antes atribuídos”. Ou seja, fica claro que o país retrocedeu no que diz respeito à postura oficial quanto a costumes e outros elementos sociais. A decisão acontece às vésperas da estreia da sequência, que chega ainda no primeiro semestre de 2021 diretamente ao catálogo do Amazon Prime Video.
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