O dia 14 de maio marca o lançamento digital de dois dos médias-metragens mais aclamados do cinema brasileiro recente: Vaga Carne (2019), de Grace Passô e Ricardo Alves Jr., e Sete Anos em Maio (2019), de Affonso Uchôa. Ambos estão disponíveis no site da Embaúba Filmes, mas Vaga Carne também será exibido na Spcine Play durante 30 dias, ou até atingir a marca de duas mil visualizações.
A grande novidade é que essa estreia inverte a lógica de mercado, muito em parte, é claro, graças às restrições provocadas pela quarentena devido à pandemia de COVID-19 e os consequentes fechamentos temporários das salas de cinema. Assim, ambos os filmes chegam primeiro ao streaming, para somente depois irem para a tela grande. Assim que a situação se normalizar e os cinemas voltarem a ser abertos, está prevista a distribuição dos dois títulos conforme o plano original: juntos, em uma sessão única.
Vaga Carne é uma adaptação do premiado espetáculo teatral de mesmo nome e gira em torno de uma voz (Passô) que penetra diferentes corpos, enquanto faz descobertas sobre si mesma – em especial, o fato de ser negra. O filme foi exibido pela primeira vez na Mostra de Tiradentes, antes de ser selecionado na Mostra Fórum do Festival de Berlim.
“Vaga Carne fala sobre um corpo tentando construir sua identidade social. Então o corpo não é apenas o meu. A existência do público multiplica a carne de que fala o texto, modificando a dimensão do corpo. A carne que vaga não é apenas minha, mas também daquelas pessoas que estão assistindo. Existe um jogo no ato de olhar para a cena, para a atriz”, explicou a atriz em entrevista ao Papo de Cinema.
De acordo com nossa crítica, “Grace Passô é voz e é corpo. São duas personagens, por vezes em conflito, no mais do tempo em acordo. A duplicidade é também sinônimo de ousadia. Mas a ela essa coragem se mostra justa”. Leia na íntegra o texto de Robledo Milani.
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Sete Anos em Maio conta a história real de Rafael, que foi levado pela polícia por engano, confundido com um traficante de drogas, e desde então sua vida nunca mais voltou a ser a mesma. Selecionado para quase 40 festivais ao redor do mundo, foi premiado em 13 deles, como no Visions Du Réel, Film Madrid, IndieLisboa, Festival do Rio, FestCurtas BH, Janela Internacional de Cinema do Recife e Olhar de Cinema de Curitiba. Foi escolhido ainda o melhor Curta ou Média-metragem de 2019 segundo a ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
“O diretor carrega as imagens de uma tensão constante, seja pelo conteúdo narrado, seja pela forma escolhida.(…) Por mais tentador que seja determinar o limite entre a ficção e o documentário, entre o controle e a espontaneidade, fascina justamente por esta zona intermediária na qual o espectador é convidado incessantemente a atribuir suas próprias leituras. O filme comprova o imenso talento do diretor para a união entre humanismo e pesquisa de linguagem”. Leia na íntegra a crítica de Bruno Carmelo.
Vaga Carne e Sete Anos em Maio podem ser alugados pelo valor simbólico de R$ 1,00, no site da Embaúba Filmes. O primeiro também pode ser visto gratuitamente no site da SPCine Play.
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