Em 1988, com Vale Tudo, o país parou diante da TV para acompanhar os dilemas éticos e os reveses de uma sociedade em crise de valores. Escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela marcou época ao debater, com tintas dramáticas, a clássica pergunta: “vale a pena ser honesto no Brasil?”. Mais de três décadas depois, a história ganhou um remake, exibido na TV Globo atualmente, reafirmando o status da obra como um dos maiores marcos da teledramaturgia nacional. Mas você sabia que a inspiração para a novela veio da Era de Ouro de Hollywood? Siga o fio e saiba mais!
VALE TUDO: A INSPIRAÇÃO
O filme em questão é Alma em Suplício (Mildred Pierce), dirigido por Michael Curtiz e lançado em 1945. Baseado no romance homônimo de James M. Cain, o longa acompanha Mildred (Joan Crawford, em performance que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz), uma mulher determinada a dar uma vida confortável à filha após o fim de seu casamento. Ao abrir uma rede de restaurantes, ela alcança o sucesso, mas a relação com a filha, Veda, se torna cada vez mais tóxica: a jovem é ambiciosa, egoísta e despreza os esforços da mãe, culminando em consequências trágicas.

VALE TUDO E ALMA EM SUPLÍCIO
A semelhança com Vale Tudo é nítida. Na novela, Raquel Accioli (Regina Duarte, em 1988, e Taís Araújo, em 2025) representa o mesmo arquétipo da mulher batalhadora que enfrenta o preconceito, o machismo e as desigualdades sociais para criar a filha com dignidade. Maria de Fátima (Glória Pires, em 1988, e Bella Campos, em 2025), por outro lado, é uma jovem que renega as origens humildes e faz de tudo para subir na vida, mesmo que isso signifique abandonar a mãe, trair valores e se aliar aos mais poderosos. Assim como Veda, Fátima se recusa a reconhecer os sacrifícios maternos e não mede esforços para alcançar o status que deseja.
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Porém, apesar das muitas semelhanças na espinha dorsal do enredo, especialmente na dinâmica conflituosa entre mãe e filha, Vale Tudo toma caminhos próprios. A novela amplia o escopo da discussão e mergulha em uma crítica social afiada sobre o Brasil. A corrupção, a ética no trabalho e o papel da mídia são temas que extrapolam a trama familiar e colocam a novela como um retrato de seu tempo, tanto nos anos 1980, quando hoje em dia.

Mesmo sem nunca ter sido oficialmente reconhecida como adaptação, Vale Tudo parece ter bebido da mesma fonte dramática que moveu o clássico hollywoodiano: a tensão entre amor materno e ambição desmedida. A diferença é que, enquanto Alma em Suplício encerra seu arco em pouco menos de duas horas, Vale Tudo, em 1988, teve 203 capítulos para desenvolver um painel complexo e inesquecível da alma brasileira. Em 2025, ainda não há confirmação da quantidade de capítulos que serão exibidos.

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