Sempre que uma aquisição/fusão acontece em Hollywood, as cadeiras começam a bailar. Recentemente, a MGM, uma das mais tradicionais (quase centenárias) marcas da meca do cinema norte-americano foi vendida por uma soma bilionária à Amazon (ver mais sobre isso na notícia relacionada abaixo). E não tardou para muita gente expressar desconfiança quanto ao futuro de várias propriedades intelectuais envolvidas no imenso negócio. O roteirista Josh Logan, que assinou 007: Operação Skyfall (2012) e 007 Contra Spectre (2015) escreveu um artigo alarmado, publicado no jornal norte-americano The New York Times, no qual dá sua opinião (um tanto apocalíptica) sobre o futuro de uma das franquias mais importantes do cinema, agora parcialmente adquirida pela Amazon.
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“Bom, a Amazon agora possui 50% de James Bond. Com a aquisição da MGM e seu catálogo de filmes, o gigante do varejo online comprou a franquia James Bond. Quando ouvi a notícia, tive um calafrio. Tendo trabalhado como escritor em Skyfall e Spectre, sei que Bond não é apenas outra franquia, não uma Marvel ou DC; é um empreendimento familiar cuidadosamente conduzido pela família Broccoli/Wilson” (…) A razão pela qual ainda estamos assistindo aos filmes de Bond depois de mais de 50 anos é que eles fizeram um trabalho extraordinário protegendo o personagem. Parceiros corporativos vêm e vão, mas James Bond resiste. Ele persiste precisamente porque está sendo protegido por pessoas que o amam”.
E John continua, propondo questões em torno de uma engrenagem que ele conhece bem: “O que acontecerá se uma empresa contundente como a Amazon começar a exigir voz no processo criativo? O que acontecerá com a camaradagem e o controle de qualidade se houver um soberano da Amazon analisando todas as decisões? O que acontece quando os grupos de foco relatarem que não gostam de Bond bebendo martinis? Ou matando tantas pessoas? E esse sotaque inglês é um pouco alienante, então poderíamos ter mais norte-americanos na história?”. E você, fã de 007, também está com esse pé atrás gigantesco?