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Vivemos na famigerada “Era da Lacração”. Nela, muitos procuram palanques para vociferar impropérios impunemente, não é mesmo? Então, imaginem como foram as reações, especialmente nos Estados Unidos, a Vice (2018), longa-metragem debruçado sobre as vísceras apodrecidas da política norte-americana quando Dick Cheney ocupava a vice-presidência. O cineasta Adam McKay está sentindo na pele essa propensão atual por extremismos. Segundo ele, Vice é, de longe, seu trabalho que gerou mais controvérsias: “O filme suscitou as reações mais extremas sobre qualquer coisa com a qual já trabalhei. As pessoas dizem: ‘Eu amo isso! É disso que precisamos!’ ou então, “eu odeio isso mais do que qualquer filme que já vi’”.

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“A premissa subjacente do filme é: ‘O mundo agora é único. Estamos catastroficamente em apuros’. Essa nunca é uma mensagem legal. Tentamos nos lembrar de que, por mais chocantes que as coisas apareçam no momento, sempre seguimos em frente. A afirmação deste filme é: “Não é bem assim”. Acho que isso ofende algumas sensibilidades; algumas pessoas ainda estão na onda do ‘Acalme-se!’ ”, disse McKay aos risos.

“Estou tentando fazer filmes que dialoguem com o público. Não quero produzir globos de neve, bonitos e relaxantes de se olhar. A vida é curta demais para fazer uma cinebiografia tradicional. Vice é mais sobre os nossos tempos”, completou o cineasta.

Vice obteve oito indicações ao Oscar 2019.

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