O Oscar é a maior festa de Hollywood. Oferecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles, nos Estados Unidos, é inegavelmente a estatueta que mais dá status popular aos vencedores. E numa lógica em que é difícil dissociar arte e indústria, levar um carequinha dourado para casa pode ser determinante para alavancar, consolidar e resgatar carreiras. Portanto, se trata de algo importante, gostemos deleou não. E, pasmem, foi preciso esperar quase 50 anos para que a primeira mulher fosse indicada ao Oscar de Melhor Direção. A responsável pelo feito nem foi uma realizadora norte-americana, mas a italiana Lina Wertmüller, por Pasqualino Sete Belezas (1977). Parece um passo pequeno, mas foi uma quebra enorme de paradigmas, embora a indicação de uma mulher nesta importante categoria não tenha se repetido por quase VINTE ANOS. Depois dela, Jane Campion, foi indicada em 1994, Sofia Coppola em 2003, Kathryn Bigelow em 2010, e Chloé Zhao em 2021 – estas duas, as únicas vencedoras em quase 100 anos de premiação.
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Lina Wertmüller acabou não vencendo. O felizardo foi John G. Avildsen por Rocky: Um Lutador, provavelmente o grande azarão da noite, levando em consideração que disputava com Sidney Lumet por Rede de Intrigas, Ingmar Bergman por Face e Face e Alan Pakula por Todos os Homens do Presidente. Lembrando que o feito de Pasqualino Sete Belezas foi grande naquele ano, emplacando ainda indicações às categorias Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator (Giancarlo Giannini), infelizmente perdendo em todas as disputas. Lina Wertmüller, que atualmente tem 93 anos e mora na Itália, foi agraciada com um Oscar honorário em 2020 pelo conjunto de sua carreira. Certamente uma desbravadora que merece o lugar privilegiado que ocupa na história do cinema.
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