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O cineasta norte-americano William Friedkin morreu nesta segunda-feira, 07, aos 87 anos. A informação foi confirmada pela esposa dele, Sherry Lansing, mas a causa não foi revelada. Filho de um jogador semiprofissional de sofball, marinheiro mercante e vendedor de roupas masculinos, e de uma enfermeira especializada em salas de operação, ambos judeus ucranianos que migraram aos Estados Unidos, Friedkin cresceu numa realidade financeira de classe média baixa. De acordo com o historiador de cinema Peter Biskind, Friedkin via seu pai com uma mistura de afeto e desprezo por não fazer mais por si mesmo”. Depois de ingressar em escolas públicas e jogar basquete com relativo sucesso – o que o levou a ponderar se deveria tentar uma carreira profissional no esporte -, ele foi se aproximando do cinema e de sua magia na adolescência. Depois de trabalhar no departamento de correspondência de uma emissora de TV de Chicago, nos Estados Unidos, ele aos poucos foi galgando degraus até começar a dirigir programas ao vivo e documentários. Friedkin dirigiu um dos últimos episódios de The Alfred Hitchcock Hour, em 1965, chamado Off Season. Alfred Hitchcock em pessoa o advertiu por não usar gravata durante a direção.

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William Friedkin se mudou para Hollywood em 1965 em busca de oportunidades no cinema. Mal ele sabia que seria uma das principais figuras da revolução conhecida como Nova Hollywood, movimento de renovação do cinema norte-americano, revolução surgida na onda da contracultura e motivada pelos anseios de uma geração contestadora e permitida por certo colapso do sistema de estúdios. Seu primeiro longa-metragem para cinema se chamou Good Times (1967). Em 1970, quando engatinhava a representação LGBTQIAPN+ no cinema norte-americano, ele chamou atenção ao dirigir Os Rapazes da Banda e logo depois foi indicado pela primeira vez (e ganhou) ao Oscar de Melhor Direção por Operação França (1971). Dois anos mais tarde, lançaria o que para muitos é sua obra-prima, o paradigmático O Exorcista (1973) – longa-metragem indicado a 10 Oscars. Aliás, recentemente fizemos um episódio especial do nosso podcast para comemorar os 50 anos do filme. Você pode ouvir o programa logo abaixo.

Outros filmes incontornáveis de sua filmografia são: O Comboio do Medo (1977), Parceiros da Noite (1980), Viver e Morrer em Los Angeles (1985), 12 Homens e uma Sentença (1997) – pelo qual foi indicado ao Emmy -, Possuídos (2006) e Killer Joe: Matador de Aluguel (2011). Seu último trabalho no cinema foi o filme The Caine Mutiny Court-Martial, cuja première acontecerá em breve no Festival de Veneza.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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