Neste sábado, 22 de maio, foram anunciados os vencedores do 11º Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira, em cerimônia ao vivo no canal do evento no YouTube. Entre os doze longas-metragens latino-americanos da Mostra Competitiva, o melhor filme segundo o júri oficial foi o documentário chileno Visión Nocturna (2019), de Carolina Moscoso Briceño.

No projeto, a autora oferece uma sucessão de imagens poéticas para refletir o estupro sofrido oito anos atrás, numa praia próxima a Santiago, e denunciar a falta de apoio recebida das autoridades e da sociedade após o crime. De acordo com a crítica do Papo de Cinema, a autora “alcança de uma maturidade cinematográfica rara de se encontrar [num longa de estreia]”. Já os jurados recompensaram esta “história de cura através de imagens que evocam liberdade”.

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Visión Nocturna

 

O segundo prêmio mais importante da noite também foi entregue a uma cineasta mulher: Tatiana Mazú González, eleita melhor diretora por Rio Turbio (2020). No documentário, ela retrata o machismo na Argentina através da história das regiões carboníferas da Patagônia, onde mulheres são impedidas de entrar em minas devido à superstição de que provocariam o colapso da estrutura. Leia a nossa crítica.

O júri também atribuiu uma menção honrosa ao boliviano Nosotros, Los Barbaros (2020), de Juan Alvarez-Durán – completando a consagração exclusiva dos documentários na 11ª edição. O projeto, que “abre perguntas e discussões ainda desconfortáveis”, nas palavras dos jurados, resgata os traços da cultura andina Aymará, progressivamente esquecidos dentro da Bolívia. Leia a nossa crítica.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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