Crítica
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Sinopse
Ainda no Egito para tentar impedir que Arthur ressuscite a deusa Ammit, Steven se envolve gradativamente com Layla, a ex-esposa de sua outra personalidade, Marc. E isso gera um conflito entre os dois homens que habitam um.
Cavaleiro da Lua
Cavaleiro da Lua :: T01
Episódio | Data de exibição |
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Cavaleiro da Lua :: T01 :: E06 | 4/05/2022 |
Cavaleiro da Lua :: T01 :: E05 | 27/04/2022 |
Cavaleiro da Lua :: T01 :: E04 | 20/04/2022 |
Cavaleiro da Lua :: T01 :: E03 | 13/04/2022 |
Cavaleiro da Lua :: T01 :: E02 | 6/04/2022 |
Cavaleiro da Lua :: T01 :: E01 | 30/03/2022 |
Crítica
Diretor de dramas premiados, como Cairo 678 (2010) e Clash (2016), ambos elaborados a partir de situações urgentes da sociedade egípcia contemporânea, Mohamed Diab não foi convocado ao acaso para assumir quatro dos seis episódios dessa primeira temporada de Cavaleiro da Lua, um dos heróis mais enigmáticos de todo o Universo Cinematográfico Marvel. Afinal, muitos dos problemas enfrentados pelo protagonista provém de uma ligação com antigos deuses do Egito, em especial aquele que, ao se apossar do seu corpo – não sem antes ter obtido sua permissão – passou a tomar conta de suas decisões e objetivos, ao mesmo tempo em que lhe conferiu poderes inimagináveis. A grande dúvida ao espectador, ao menos até esse momento, era se o afetado era Marc ou Steven, ambos interpretados com entrega e desprendimento por Oscar Isaac. Seria o jovem tímido e recluso ou o valente destemido o seu ‘eu’ verdadeiro? Bom, O Manicômio tem como proposta oferecer uma resposta a essa questão.
É sabido que as produções dos Estúdios Marvel visam uma audiência cada vez maior, e por isso costumam se adequar a formatos pré-estabelecidos, sem grandes ousadias ou riscos. Porém, percebe-se também um certo desgaste na fórmula, o que pode ter acendido um sinal de alerta entre os produtores: para se continuar em alta por mais uma década (no mínimo), é preciso dar um passo adiante e buscar resultados um tanto distintos desses reconhecidos. Cavaleiro da Lua é, obviamente, consequência dessa preocupação. Tem-se aqui um seriado – e não um filme, campo inicial de atenções da Casa das Ideias – que, pela primeira vez, se baseia em uma figura inédita, nunca antes vista no meio audiovisual (apenas nas histórias em quadrinhos, ao contrário de Wanda e Visão, Falcão e Soldado Invernal, Loki ou Gavião Arqueiro). É muito com o que lidar, como fica óbvio. Afinal, não só tem que apresentar um tipo novo – e torná-lo familiar a um público cada vez mais exigente – como também colocá-lo em ação de modo convincente. Até esse momento, os episódios meio que giraram em torno de si mesmos, provocando mais confusão do que esclarecimentos. Um sentimento que, enfim, começa a ser alterado tão próximo do fim.
O título é apropriado. Afinal, quando vistos no desfecho de A Tumba, Marc e Steven – agora não mais dividindo um mesmo corpo, mas lado a lado – estavam em disparada pelos corredores de um... manicômio. Ao se depararem com uma hipopótamo fêmea antropomorfizada falante, se percebe que tal encontro foi um tanto demais para os dois, e mais uma vez se veem partidos entre duas possibilidades de real: aquela experimentada até então, ou outra, mais convencional – e segura – na qual apenas um deles remanesce, sendo atendido por um psiquiatra, o doutor Harrow (Ethan Hawke, apropriadamente comparado ao Ned Flanders de Os Simpsons, 1989-2022). Apontado como o grande vilão da história, não seria ele, pelo contrário, o responsável por tentar salvar o que resta de sanidade de Marc/Steven? Porém, se o mais absurdo for, enfim, o provável, quão fundo precisaria ser esse mergulho do protagonista em si mesmo até conseguir se recuperar? Eis, portanto, a resposta.
Com apenas mais um capítulo pela frente, Cavaleiro da Lua cumpre com razoável eficiência a tarefa de se mostrar como uma trama de origem, sequência tão comum dentro desse tipo de contexto, mas também foge do esperado ao se focar mais no personagem-título e menos na série de missões que tem a cumprir (salvar vítimas – superar inimigos – salvar o mundo etc etc etc). Diab, assim, apresenta-se como um diferencial de peso, pois é ele que não apenas irá proporcionar as situações para que Oscar Isaac vá de um extremo a outro, apontando as particularidades de cada um, como também o qualifica como um dos tipos mais interessantes dessa nova fase da Marvel. É de se questionar como irá agir ao lado de outros heróis – se é que isso um dia chegará a acontecer – ou mesmo como suas próximas aventuras se desenrolarão (provavelmente não mais tão ambiciosas). Mesmo assim, é um conjunto curioso, ao qual se acompanha com interesse e que promete em relação ao seus próximos passos. Resta saber o quão disposto estará para alcançar tais possíveis patamares.
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