Crítica


5

Leitores


Sinopse

Roman prometeu levar todos para Praga ao ser encarregado da festa de despedida de solteiro de Tom. No entanto, uma artimanha de última hora acaba levando ele e seus convidados para uma festa nos subterrâneos de Nova York, onde negócios serão feitos e novas suspeitas surgirão sobre o futuro das empresas Roy.

Crítica

Succession foi anunciada como uma série que investigaria as artimanhas de quatro filhos para descobrir qual deles iria, enfim, suceder o pai no controle dos negócios da família. No entanto, chegando ao antepenúltimo episódio desta primeira temporada, uma coisa ficou clara: se dois irmãos seguem na luta por este protagonismo, os outros dois são completos idiotas com os quais ninguém, independente do lado da tela em que se esteja, deve se preocupar. Prague, o oitavo capítulo, tornou essa verdade incontestável como poucos antes.

Shiv (Sarah Snook) e Kendall (Jeremy Strong) escolheram caminhos diversos para tentar alcançar – e destruir – a fortaleza que o patriarca Logan Roy (Brian Cox) ergueu ao seu redor, proibindo qualquer um não só de atacá-lo, mas também de orientá-lo em casos de extrema necessidade. Ela optou pelo ramo político, desligando-se por completo das atividades familiares. Duas coisas, no entanto, mostram que não está tão desligada como gosta de declarar: primeiro, deixou o noivo (Matthew Macfadyen), a quem ela manda e desmanda como uma marionete, assumir uma posição importante nas empresas; segundo, escolheu ser assessora justamente do maior inimigo político do pai, um homem que declara abertamente que, caso vença as eleições, seu primeiro compromisso será em acabar com o monopólio exercido pela Waystar Royco no ramo das comunicações, ameaçando seriamente os planos de expansão da companhia.

Por outro lado, Kendall decidiu seguir os passos paternos, a ponto de ter se tornado o braço direito do pai. No entanto, quando esse começou a demonstrar sinais de não estar com condições para seguir tomando as mesmas decisões, o filho decidiu dar um passo ousado, porém, frustrado. Agora, renegado, tenta se recuperar investindo em outras ideias, ainda que inevitavelmente colida com um mesmo muro: o peso do sobrenome que carrega. Assim, se vê sendo tragado de volta ao lugar que há pouco fora mandado embora. A situação, no entanto, está mudando. E Kendall prepara seu ataque por dentro, armando-se das condições necessárias para não apenas não voltar a ser escorraçado, mas também para oferecer desta vez um contragolpe sem chances de falhar.

E o que esperar, no meio desse imbróglio, de Roman (Kieran Culkin) e Connor (Alan Ruck)? O primeiro é um legítimo ‘agente do caos’, que prega a desordem, mas pouco sabe na hora de escolher qual caminho seguir. E o segundo, apaixonado por uma prostituta que pouco se importa com ele, é somente mais um tolo endinheirado. Durante a festa de despedida de solteiro de Tom (Macfadyen), o homenageado não é o único a ser passado para trás. E no meio de tantos encontros e desencontros que parecem levar a lugar nenhum, as apostas recaem quase que por completo nos dois próximos episódios. Afinal, Praga pode não ter acontecido, mas para todo o resto ainda há tempo de sobra. Resta torcer para que esta espera não seja em vão.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
avatar

Últimos artigos deRobledo Milani (Ver Tudo)