Crítica


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Sinopse

Dick Grayson, um jovem combatente do crime, e Rachel Roth, uma jovem garota especial possuída por uma estranha escuridão, acabam no meio de uma conspiração que pode trazer o Inferno para a Terra. Eles se juntam à cabeça-quente Estelar e o amável Mutano. Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

Crítica

E chegamos ao quarto e, possivelmente, melhor episódio da primeira temporada de Titans até agora. Deixando o lado sombrio de lado e assumindo um humor que ainda não tinha sido visto, Doom Patrol introduz exatamente o que o título sugere: a Patrulha do Destino, outra equipe de heróis da DC Comics que, no entanto, não é tão popular quanto os demais personagens da editora que compõem a Liga da Justiça, os vilões de Esquadrão Suicida ou os próprios Novos Titãs. Muito pelo contrário. Apesar de algumas pontuais fases de sucesso, seja em sua criação nos anos 1960 ou na retomada lisérgica do autor inglês Grant Morrison entre o fim dos anos 1980 e início dos 1990, a Patrulha não é exatamente um fenômeno pop de altas vendas nas histórias em quadrinhos. Algo que pode mudar agora que uma série própria do time está em desenvolvimento.

Em resumo, enquanto Dick (Brenton Thwaites) e Kory (Anna Diop) estão investigando quem, afinal, quer tanto Rachel (Teagan Croft) e seus poderes sombrios, a bruxinha está em fuga com Gar (Ryan Potter), aceitando se refugiar com o transmorfo de cabelos verdes em sua mansão. O que logo ela descobre é que o rapaz é apenas um dos moradores de lá, ao lado de outros seres tão excêntricos quanto o próprio. A dupla é descoberta pelo Homem Robô (Jake Michaels no corpo e Brendan Fraser na voz) e Rachel conhece os outros membros da Patrulha do Destino: Homem Negativo (Dwain Murphy, com Matt Bomer dando a voz) Rita Farr (April Bowlby) e Chief (Bruno Bichir), o cientista que comanda essa trupe de desajustados.

É interessante que, mesmo com pouco revelado sobre a origem destes personagens, eles nos conquistam de cara. Talvez mais até do que os próprios Titãs, roubando totalmente a cena neste episódio. O Homem Robô é, bom, um homem que teve seu cérebro transplantado para um corpo metálico, o que explica sua rabugentice. O Homem Negativo vive escondido sob faixas como se fosse uma múmia, mas isso não parece afetar seu humor. Rita é uma bela ex-estrela de cinema que não consegue manter o controle sobre a elasticidade de seu corpo por muito tempo. Mais do que tudo, os três atuam, ao lado de Gar, como uma grande família, dando o contraste necessário para que os Titãs entendam como devem agir agora que estão reunidos e são tão desajustados quanto a própria Patrulha.

Por isso mesmo, é importante a apresentação, finalmente, de como Gar ganhou seus poderes e de como seu humor e desprendimento adolescente traz um novo gás para os outros membros da equipe, especialmente Rachel, que vive tão traumatizada (com razão) pela existência de algo maligno dentro de si. Sua química com o transmorfo é crível e realista, ainda mais lembrando que os dois regulam na idade. É neste episódio que a garota começa a dar uma aliviada em seus problemas de personalidade, revelando uma doçura e jovialidade que ainda estavam presas após tantas fugas e dúvidas. Nem as canalhices de Chief, um gênio científico nem um pouco humilde e com graves problemas de empatia, parecem abalar tanto esta mudança de Rachel quanto o próprio humor da Patrulha.

Em cenas como a do jantar na mansão é possível se ter uma ideia de como esta nova equipe de heróis vai ser retratada com uma leveza que Titans não teve até então, injetando um pouco de luz sobre o novo Universo DC do audiovisual. Se por um lado este é um feito incrível, nos deixando com gostinho de quero mais para quando a série estrear no ano que vem, também fica o desejo para que os Novos Titãs comecem a mudar um pouco a negatividade que permeia seus personagens. Se nos primeiros episódios esta característica é aceitável e pertinente por conta da própria história recheada de questões sem resposta, agora é a hora do turnpoint, dos próprios Titãs se tornarem uma família. Resta aguardar o que nos espera no quinto capítulo desta temporada, que vem crescendo aos poucos, mas com qualidade acima da média no gênero. 

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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