Crítica


7

Leitores


2 votos 7

Sinopse

Dick Grayson, um jovem combatente do crime, e Rachel Roth, uma jovem garota especial possuída por uma estranha escuridão, acabam no meio de uma conspiração que pode trazer o Inferno para a Terra. Eles se juntam à cabeça-quente Estelar e o amável Mutano. Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

Crítica

Quando Rapina e Columba apareceram no segundo episódio desta primeira temporada de Titans, ficou claro que, futuramente, o casal de vigilantes mascarados voltaria ou, quem sabe, houvesse até uma tentativa de spin off sobre os dois personagens. Agora em seu nono capítulo, a série chega com Hank and Dawn, título que brinca com o nome do episódio 2 (Hawk and Dove/Rapina e Columba), lembrando os alter egos da dupla. Pois a aventura desta semana nada mais é do que um aprofundamento na psique deste duo, mostrando seu passado, a ligação com o presente e, de forma subjetiva, como isto vai acarretar mais um encontro com os Titãs.

Percebe-se de forma clara o peso maior dado à Hank (Alan Ritchson) – talvez por Dawn (Minka Kelly) ter tido mais destaque semanas atrás. O passado do rapaz é nebuloso e se compreende muito mais a natureza violenta e errática do herói por conta de dois grandes traumas: o abuso infantil e a perda do irmão mais novo, Don Hall (Elliot Knight), com quem, por sinal, formou a primeira dupla de Rapina e Columba. Eles combateram o crime contra pedófilos, após várias decisões pesadas tomadas entre o final da adolescência e o início da vida adulta. É, inclusive, interessante o recurso adotado pelos então jovens de utilizar câmeras para registrar suas batalhas, algo que dialoga com os dias atuais, impregnados de voyeurismo e exibicionismo.

É pouco antes do acidente que vai tirar a vida de Don e da mãe de Dawn que o futuro casal se conhece. Ela tenta dissuadir a mãe da ideia de voltar aos braços do ex-marido – que, se subentende, também é pai dela e de outra irmã que não vemos. Dos abusos sexuais sofridos por Hank, a garota entende de violência física e psicológica dentro de casa. São duas almas atormentadas que se encontram. Ele, um ex-astro do futebol americano que teve que parar de jogar devido a uma séria concussão na cabeça. Ela, uma bailarina de sucesso que perde a vontade de dançar após a morte da mãe. Apesar de alquebrados, os dois tem porte físico e agilidade suficientes para combater o crime nas ruas. Se há dúvidas sobre qual sentido de viver após tantas porradas mentais, por que não buscar este subterfúgio?

Hank and Dawn é o episódio mais emocional da série até então. Aqui não há o mínimo espaço para o humor, que dá vez a um desenvolvimento dramático profundo, algo que até se ousou nos episódios anteriores, mas que encontra seu devido peso somente agora. Méritos do roteirista Geoff Johns, atual produtor executivo da DC na Warner e que fez sucesso na editora ao escrever grandes sagas envolvendo todos os personagens daquele mundo, mas principalmente por cuidar de títulos como Lanterna Verde, Sociedade da Justiça, Flash e, claro, Novos Titãs.

Percebe-se o carinho que o autor tem pelos personagens a ponto de dedicar-lhes atenção, mesmo que o momento não seja dos mais adequados. Afinal, o capítulo anterior encerrou com uma revelação bombástica. Por outro lado, as aparições de Rachel (Teagan Croft) para Hank e Dawn em diferentes momentos sugerem que os dois serão essenciais para a grande batalha que está por vir. E não duvide que o episódio 10 faça aquilo que todos esperaram até agora: a reunião de todos os Titãs apresentados, não apenas os quatro principais que fizeram rodar a série sem interrupções até agora. Ainda assim, tanto o texto de Johns quanto as atuações de Ritchson e Kelly estão tão acima da média neste capítulo sobre traumas, que fica difícil falar qualquer coisa ruim a respeito. Mesmo que, no fim, ele pareça apenas um filler para tapar buraco.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
avatar

Últimos artigos deMatheus Bonez (Ver Tudo)