Crítica


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Sinopse

Dick Grayson, um jovem combatente do crime, e Rachel Roth, uma jovem garota especial possuída por uma estranha escuridão, acabam no meio de uma conspiração que pode trazer o Inferno para a Terra. Eles se juntam à cabeça-quente Estelar e o amável Mutano. Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

Crítica

Nos primeiros nove episódios, a série Titans não teve pressa para apresentar os personagens. Sabemos desde o início que Rachel (Teagan Croft) está sendo perseguida por asseclas que reverenciam os poderes de seu pai - mas ainda não se sabe o porquê e qual a extensão desse mal. Dick Grayson, o Robin (Brenton Thwaites), defende a garota, ao mesmo tempo em que luta contra seu passado conflituoso com o Batman. Gar (Ryan Potter), da mesma idade de Rachel, tem sido o companheiro compreensivo. E Kory (Anna Diop) passou praticamente toda a temporada sem saber do passado e quais seus objetivos - até Rachel entrar em sua mente e revelar que, na verdade, a missão da poderosa dos olhos esverdeados é justamente aniquilar a garota. Pois tudo vem à tona em Koriand’r, penúltimo capítulo do primeiro ano da série, que vem alçando altos voos em qualidade narrativa.

O ponto de partida se dá justamente onde o oitavo episódio encerrou (lembrando que o nono foi dedicado às origens e ao retorno da dupla Rapina e Columba): Kory está prestes a matar Rachel quando Dick chega com Donna Troy (Conor Leslie). Esta, com seu laço semelhante ao de sua mentora, consegue encerrar o conflito de forma explosiva e rápida, mostrando que as mulheres são as armas mais poderosas da série. Kory desmaia e, quando volta a si, cercada de olhares desconfiados, resolve ir aonde sua ainda confusa mente manda. Dick e Donna vão atrás e descobrem que a jovem é uma alienígena vinda do planeta Tamaran, um dos alvos de Trigon, pai de Rachel. O vilão quer justamente utilizar a filha como arma para a aniquilação de vários mundos e realidades. Ao mesmo tempo, na casa de Angela (Rachel Nichols), a mãe biológica de Rachel, coisas estranhas começam a acontecer. Um policial ronda o local, visões surgem e Gar começa a convalescer, aparentemente, vítima de ficar dividido entre a personalidade animalesca e seu lado humano. Mas será apenas isso ou algo mais está para surgir?

Desta vez, todos têm sua importância delimitada e calculada sem menosprezar um personagem ou outro. E talvez seja esse um dos maiores trunfos do episódio, que se torna um dos melhores da temporada. As questões que estavam sem resposta até então, finalmente começam a ser reveladas, ainda que outras surjam. Conflitos esperados desde o início são colocados em xeque, assim como - finalmente - a aparição de Trigon, que, em sua forma humana, surge como um sedutor amante e também pai amoroso. Ao menos, até segunda ordem. O perigo se torna mais real que nunca e vai restar aos três membros que estão longe - e talvez Rapina e Columba - resolver a questão da melhor forma possível.

Contar mais seria um spoiler gigante, mas esse é um dos episódios mais conflitantes da série até então, mesclando um texto apurado com boas cenas de ação e luta, fazendo os fãs mais xiitas da HQ original, talvez - e finalmente - compreenderem a adaptação do primeiro arco dos Novos Titãs de Marv Wolfman e George Pérez como algo mais moderno, sombrio e espelhado nos dias de hoje. Há um trabalho muito bem pensado por trás de todos os episódios, sejam os mais lentos ou os mais ágeis, que convergem para esse ponto. A dúvida agora é saber como funcionará o final da temporada - e se deixará os espectadores sedentos por uma nova. Ao que tudo indica, a resposta será mais que positiva.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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