Crítica


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Sinopse

Os androides se rebelaram por todos os lados - e não apenas em Westworld. Enquanto isso, Dolores segue determinada a montar seu próprio exército, ao passo de Maeve está cada vez mais próxima de alcançar seus objetivos. E Charlotte, conseguirá ela acabar com a ameaça dos revoltosos e restaurar a ordem nos parques?

Crítica

Theresa (Sidse Babett Knudsen) está viva. Ou será somente uma alucinação de Bernard (Jeffrey Wright)? Fantasmas do passado ressurgem para assombrar a suposta existência daquele que talvez seja o personagem mais enigmático de Westworld. Em Les Écorchés – título do sétimo episódio da segunda temporada, que pode ser traduzido genericamente como ‘os esfolados’ – continuamos a acompanhar o engenheiro técnico da companhia Delos em busca por respostas, tanto para o que está acontecendo com o parque – afinal, como os robôs conseguiram adquirir consciência própria? – como, também, descobrir-se a si próprio – enfim, se ele é um deles, seria o momento pelo qual está passando apenas consequência dessa revolução muito maior ao qual está inserido?

Ao mesmo tempo em que Bernard segue em busca de qualquer vestígio ou informação que possa lhe ajudar a desvendar o mistério a respeito dele mesmo, ele precisa seguir atuando ao lado dos seus antigos colegas, agora unidos para superar o caos que tomou conta do lugar que antes era ambiente apenas de diversão e excessos. Comandados por Charlotte (Tessa Thompson) e com os reforços do chefe de segurança Stubbs (Luke Hemsworth, o irmão menos conhecido de Chris Hemsworth) e do agente recém-chegado Karl Strand (Gustaf Skarsgard, o irmão menos famoso de Alexander Skarsgard), eles se dirigem à antigas instalações, acreditando que ali poderão encontrar algum tipo de saída ou forma de escape. No entanto, se deparam apenas com mais ‘esqueletos no armário’, como chegam a afirmar. A verdade a respeito de Bernard está mais próxima do que nunca – ou ainda mais confusa do que antes?

E se a surpresa é para (quase) todos, a única certeza é de que um homem está, portanto, por trás de todos acontecimentos e revelações. “Faz parte da natureza deles e, por mais que eu soubesse como iriam agir, não cabia a mim impedi-los, mas me preparar para o que iria se desenvolver”, afirma, quando questionado diante do novo mundo que resultou de sua invenção. Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), dado como morto no último capítulo da primeira temporada, não só é responsável por ter orquestrado aquela farsa, como também por todos os desdobramentos que vimos ocuparem espaço posteriormente. Westworld, assim como os seus similares, seja na Índia ou no Japão feudal, não são mais do que campos de testes, laboratórios em busca de revelações mais profundas do que aquelas imaginadas à princípio. E ele é quem decide onde e como apertar os botões.

Mas num outro ponto daquele cenário, um novo conflito soa mais urgente. Maeve (Thandie Newton, encarregando-se da carga dramática necessária ao episódio) está mais uma vez reunida com sua filha, mas seria exatamente esse o propósito pelo qual tanto se empenhou? Aquela menina, com quem sonhava e por quem arriscou tudo e todos, seria, de fato, sua? Ou apenas produto de mais uma memória implantada? E qual o papel do Homem de Preto (Ed Harris) em sua narrativa? Ou ainda mais urgente: o que o Fantasma (Zahn McClarnon) tem a dizer sobre tudo isso? Seu momento está chegando. E somente aqueles que conseguirem permanecer em pé alcançarão o tão sonhado paraíso. Aqui ou onde lhes for possível.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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