Ana Maria Magalhães é uma das principais artistas do cinema brasileiro. Como atriz, filmou com gente do calibre de Nelson Pereira dos Santos, Manoel de Oliveira, Glauber Rocha, entre muitos outros. Como cineasta, foi uma das primeiras no Brasil a refletir cinematograficamente a respeito do papel da mulher na cadeia produtiva do audiovisual, com o média-metragem Mulheres de Cinema (1977). No ano de 1992, ela fez Mangueira do Amanhã, documentário sobre as crianças que então faziam parte do programa de escola de samba mirim dentro da comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro. Quase 30 anos depois, ela retornou a esse cenário (do qual nunca se desapegou, a bem da verdade) e aos personagens agora adultos para fazer uma leitura desse tempo transcorrido em Mangueira em Dois Tempos (2021). Conversamos remotamente com Ana Maria Magalhães para saber, entre outras coisas, como foi esse processo de voltar e encarar realidades como a morte de meninos e meninas pela ação da violência urbana, a conversão de alguns ao evangelismo que demoniza o carnaval e o sucesso de outros tantos que conseguira, quebrar uma sina e alcançar o sucesso à frente da bateria. Confira este bate-papo exclusivo.
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