Uma das mais ativas e respeitadas atrizes do Brasil, Irene Ravache é presença constante no teatro, no cinema e na televisão. Já premiada no Festival de Brasília (Melhor Atriz por Que Bom Te Ver Viva, 1989), no Festival de Miami (Melhor Atriz Coadjuvante por Amores Possíveis, 2001) e pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte (Melhor Atriz Coadjuvante por Lição de Amor, 1975, e Melhor Atriz por Que Bom Te Ver Viva, 1989), ela está de volta às telas com o drama A Memória Que Me Contam (2012), de Lúcia Murat. Foi durante a divulgação deste último trabalho que o Papo de Cinema conversou com exclusividade com a artista, que aproveitou para revelar suas preferências no cinema – e também na telinha. Confira!
Qual o seu filme favorito?
Amarcord (1973), hoje e sempre. É um filme de um mestre, tem músicas deslumbrantes, tem cenas absolutamente geniais. E porque tem o faz de conta, a cena de um transatlântico feita dentro de um estúdio e, mesmo assim, é arrebatador! Cada vez que vejo esse filme penso “não vou me emocionar, já assisti tantas vezes” e mesmo assim me emociono! Federico Fellini era um homem que entendia do ser humano como poucos. Mistura um pé no trágico com um pé na comédia. Tem ali de tudo, acho que é uma colcha de retalhos do coração dele. E porque ele se dá ao luxo de colocar um pavão na neve! Quem mais coloca um pavão na neve? Você fica assim, extasiado, e daí o pavão abre a cauda com toda aquela beleza! É uma sucessão de quadros lindos! Este é o meu filme!
Dos últimos filmes que viste no cinema ou em casa, qual recomenda?
Tem um filme que vi na televisão, pouco tempo atrás, chamado Pensionat Oskar (N.E.: No Brasil, Aconteceu Naquele Hotel, 1995). É um filme sueco. Eu não sei de quem é, mas gostei muito! No cinema, o último que lembro de ter ficado muito agradecida por ter ido assistir foi o Meia-Noite em Paris (2011), do Woody Allen. É um filme que muita gente gostaria de ter feito, né? Que inteligência! E tem um dirigido pelo filho do Franco Nero, o Carlo, e estrelado pela mãe dele, a Vanessa Redgrave, chamado The Fever (2004), que tem roteiro baseado numa peça de um autor americano que tenho vontade de fazer aqui no Brasil. É muito bom! Tenho também visto muita televisão, e acompanho com prazer o seriado Downtow Abbey (2010). É uma lição incrível de roteiro, acho uma maravilha! É enxuto, os diálogos são primorosos. Mas não só disso, gosto também de coisas mais pesadas. Sou fã de Dexter (2006), por exemplo. Acho muito engraçado, e a primeira temporada é primorosa!
Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Acho que seria Da Vida Nada Se Leva, inspirada no filme do Capra (N.E.: Do Mundo Nada Se Leva, 1938). Aquela atmosfera me remete imediatamente à casa dos meus avós, e é também um pouco do que penso da vida, também.
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