Amanda (Letícia Colin) é paulistana, Bruno (Caio Blat) é carioca; mas isso não impede que vivam uma história de amor em Ponte Aérea. O casal se conhece durante um voo que foi desviado e começam um namoro entre as duas cidades.
“É totalmente diferente conhecer uma cidade por um amor – a cidade representa o universo do outro, que você está invadindo e descobrindo”, disse Caio Blat em coletiva de imprensa. Para o filme, o ator paulista precisou praticar o sotaque carioca. “Para o paulista, o ‘s’ chiado é um ataque terrorista!”
“Para mim foi um alívio gigante falar como eu falo”, confessa Colin. “Quando eu chegava no Rio para fazer novela, as pessoas estranhavam o sotaque.”
“As distâncias estão cada vez mais curtas – hoje é possível namorar alguém do outro lado do mundo”, afirma da diretora Julia Rezende (Meu Passado Me Condena, 2013). “As cidades são personagens do filme. O encontro desses dois faz reverem as escolhas que fizeram até ali.”
“Todo mundo da equipe tem uma vivência muito grande nas duas cidades”, relata Silvio Guindane (Isolados, 2014). No filme, o ator vive o melhor amigo de Bruno. “Isso contribui para não ficar uma coisa artificial.”
Ponte Aérea foi gravado tanto em São Paulo quando no Rio de Janeiro, com cada cena em respeito à história do roteiro. “A gente quis que o ambiente impregnasse a atuação”, explica a produtora Mariza Leão (Vendo ou Alugo, 2013). “A Julia me enganou dizendo que é um filme pequeno. Temos 70 locações, todas trabalhadas na direção de arte.”
Durante a pré-produção, uma das preocupações foi mascarar os dez anos de diferença de idade entre Caio e Letícia. “Meu personagem é um moleque perto da Amanda, que é um mulherão com uma carreira sólida”, disse Blat. “Na interpretação, a Letícia ganhou uma força e a diferença se ajustou.”
“Primeiro, foi dissecar meu jeito mais sorridente e mais doce, para a Amanda ficar mais crua”, relata Colin. “Senti que fiquei mais forte depois do filme. Nossa vinda para São Paulo foi especial porque o universo da publicidade é muito maluco e muito diferente.”
Quem também se beneficiou com o contato com a publicidade foi Felipe Camargo (Boa Sorte, 2014), que interpreta o chefe de Amanda. “Quando pisei na agência, senti a elegância do André”, falou. “A visita foi fundamental. Tem um quê de teatral nesse universo.”
Com personagens jovens da classe média, Ponte Aérea busca mostrar uma geração que se vê muito pouco na tela. “O cinema brasileiro quis descrever os problemas do mundo, mas as pessoas têm medo de falar de si mesmas”, opina Caio Blat. “O cinema é melhor quando vai pela história pessoal.”
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