O grande vencedor do Oscar 2014, premiado como Melhor Filme do último ano, foi o drama baseado em fatos reais 12 Anos de Escravidão (2013), que narra a trajetória de um homem negro livre, morador de Nova York em pleno século XIX que, após ser sequestrado, é vendido como escravo, condição na qual permanece por mais de uma década. Além de suas evidentes qualidades técnicas e artísticas, o longa capturou a atenção de muitos também pela denúncia que promove, socialmente relevante e historicamente necessário.
E é justamente por sua temática que o filme de Steve McQueen nos remete a um dos pilares do cinema norte-americano, um dos primeiros longas-metragens de todos os tempos: O Nascimento de uma Nação (1915), de D.W. Griffith. Esta obra, baseada no livro ‘The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan”, discorria exatamente sobre esse mesmo período da história dos Estados Unidos, situando sua trama durante a Guerra Civil norte-americana. Curiosamente, é até hoje lembrado por sua posição polêmica a respeito dos direitos dos negros e pelas razões defendidas que levaram ao embate entre o Norte abolicionista e o Sul escravagista.
Justamente por essa incrível e oportuna oposição de ideias que fomos investigar as relações, em até seis graus de separações, entre os dois filmes. Confira!
1. 12 Anos de Escravidão (2013)
O filme do diretor Steve McQueen é hábil em evitar o tom panfletário do seu discurso, narrando de forma bastante comedida a hedionda jornada de Solomon Northup, um negro livro que por 12 anos foi tratado como escravo após ser sequestrado durante uma viagem de trabalho. Premiado com três Oscars, rendeu estatuetas douradas ao roteirista John Ridley, à atriz Lupita Nyong’o e ao ator – e aqui também produtor – Brad Pitt…
2. Sr. & Sra. Smith (2005)
Brad Pitt tem atuado cada vez mais nos bastidores – outro projeto de sua produtora premiado com o Oscar de Melhor Filme foi Os Infiltrados (2006) – mas segue mantendo uma certa regularidade também nos trabalhos como ator. E um dos seus filmes de maior sucesso de bilheteria foi este thriller, que faturou quase US$ 500 milhões em todo o mundo e ainda lhe deu a oportunidade de contracenar ao lado daquela que viria a ser sua esposa, Angelina Jolie…
3. O Turista (2010)
Angelina Jolie está já há algum tempo longe das telas, ocupando-se mais como realizadora (dirigiu o drama de guerra Na Terra de Amor e Ódio, em 2011) ou como dubladora de animações (Kung Fu Panda 2 foi lançado em 2011, e o terceiro episódio está agendado para o ano que vem). Seu último papel de destaque, no entanto, foi este thriller que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro como Melhor Atriz em Comédia ou Musical e a oportunidade de trabalhar ao lado de Johnny Depp…
4. Edward Mãos de Tesoura (1990)
Johnny Depp também concorreu ao Globo de Ouro por seu desempenho em O Turista. Esta foi sua décima indicação – ele foi premiado como Melhor Ator em Comédia ou Musical por Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007) – sendo que a primeira foi justamente por esta comédia dramática fantástica dirigida por Tim Burton, realizador que viria a ser um dos grandes parceiros artísticos do astro. E, além disso, neste filme ele teve a oportunidade de contracenar com um dos seus maiores ídolos, o icônico Vincent Price…
5. Baleias de Agosto (1987)
Vincent Price, um dos grandes nomes do cinema de horror, imortalizado em filmes como Museu de Cera (1953) e O Abominável Dr. Phibes (1971), só concordou em aparecer em Edward Mãos de Tesoura para atender a um pedido de Tim Burton. Este viria a ser o seu último trabalho nas telas, em uma participação quase especial. Aparição muito maior ele viria a ter neste emocionante drama que rendeu uma indicação ao Oscar para a atriz Ann Sothern e lhe ofereceu a oportunidade de trabalhar ao lado de duas veteranas: Bette Davis e Lillian Gish…
6. O Nascimento de uma Nação (1915)
Lillian Gish teve em Baleias de Agosto seu filme derradeiro, culminando uma carreira que durou mais de 75 anos! Após ter marcado presença numa incrível diversidade de curtas-metragens, quando a sétima arte dava seus primeiros passos, ela apareceu como uma das protagonistas deste épico de mais de três horas de duração, um feito e tanto para a época, que faturou nas bilheterias mais de 30 vezes o custo do seu orçamento e até hoje é relembrado, tanto pela incrível realização artística – aplaudido por muitos – quanto pelo teor conservador do seu discurso – criticado por outros tantos.
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