Talvez Mary Shelley nem tivesse se dado conta, quando publicou Frankenstein em 1818, que sua obra viraria referência para a cultura em seus diferentes níveis ao longo dos dois séculos seguintes. O personagem ganhou força além das páginas e se tornou um dos principais astros do horror das gerações que viriam a seguir. Tanto que em 1931 o monstro ganhou sua primeira versão cinematográfica pelas mãos de James Whale em Frankenstein, e ainda ganharia duas continuações na mesma década: A Noiva de Frankenstein (1935) e O Filho de Frankenstein (1939).
Mais de 80 anos depois (e inúmeras outras adaptações cinematográficas e televisivas), o monstro volta às telas em Frankenstein: Entre Anjos e Demônios (2014). Desta vez, fugindo um pouco do clássico literário, a criatura enterra seu criador e parte para o Polo Norte. Ao retornar, o personagem (na pele de Aaron Eckhart) fica no fogo cruzado de uma guerra entre os anjos e demônios do título. Porém, além do personagem ser o mesmo, quais são os seis graus de separação que ligam os filmes de 1931 e o lançado este ano? A equipe do Papo de Cinema investigou e mostra o resultado. Confira a seguir!
Em 1931, em sua primeira versão cinematográfica, Frankenstein ganhava vida na pele do inglês Boris Karloff, para contar a história de um monstro construído pelo obcecado Dr. Frankenstein. Karloff acabou participando de diversas produções de monstros nos estúdios da Universal, produtora de Frankenstein, e dividiu a fama com outros grandes atores como Lon Chaney, Bela Lugosi e Vincent Price, que vestiram máscaras e roupas para prender alguns sustos na plateia.
Como era de se esperar em algum momento da carreira desses grandes atores do terror, Karloff acabou se encontrando com Vincent Price e foi em O Corvo. Nessa produção de 1963 enquanto Karloff interpretava o Dr. Scarabus, Price era o Dr. Erasmus Craven. Baseado no poema de Edgar Allan Poe, conta a história de um mágico que se transforma em um corvo e procura ajuda de um feiticeiro.
Vincent Price é conhecido por ter uma carreira longa e que atravessou décadas, uma de suas últimas aparições nas telas foi uma participação um suspense de 1990: Atraída pelo Perigo, estrelado por Jodie Foster. A trama é centrada na testemunha de um assassinato que muda de identidade e cidade o tempo todo, porém o mais recente matador que a está caçando não parece ser iludido.
Dirigido por David Fincher, o claustrofóbico e tenso O Quarto do Pânico traz uma Jodie Foster que estava afastada das telas havia alguns tempo (seu último trabalho havia sido Anna e o Rei, de 1999). Muitos não sabem, mas a esposa do ex-marido de Foster na trama, que só escutamos a voz em uma ligação, é de ninguém menos que Nicole Kidman. Além disso, era a atriz de Reencontrando a Felicidade a escolha inicial de Fincher para estrelar o projeto.
Projeto produzido e estrelado por Nicole Kidman, Reencontrando a Felicidade foi uma das surpresas de 2010. Interpretando uma mulher em luto pela morte do filho, Becca, a atriz foi até mesmo indicada ao Oscar. Ao seu lado, interpretando o marido, está Aaron Eckhart, em uma das melhores performances da sua carreira.
E aqui chegamos, Aaron Eckhart ganha o status de superestrela ao ser transformado nas telas no novo Frankenstein em Frankenstein: Entre Anjos e Demônios. Na produção, com ares de Anjos da Noite (2003), o monstrengo se vê em meio a uma guerra que perdura séculos entre dois clãs imortais.