INDICADOS
- Filho de Saul (Hungria)
- Cinco Graças (França)
- Krigen (Dinamarca)
- O Abraço da Serpente (Colômbia)
- O Lobo do Deserto (Jordânia)
Ao que tudo indica, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro vai mesmo para a Hungria. Filho de Saul (2015) só não leva o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para casa se as fortes probabilidades forem bastante contrariadas. No Festival de Cannes do ano passado, o longa do diretor estreante László Nemes foi eleito o melhor pela FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Venceu, ainda, o Globo de Ouro, o National Board of Review, o Broadcast Film Critics Association Award, o Los Angeles Film Critics Association Awards, o Chicago Film Critics Association Awards, além de ter sido indicado ao Satellite Awards, ao Boston Society of Film Critics Awards e ao Independent Spirit Awards. Outro ponto favorável: a temática. É pública e notória a queda violenta do Oscar por histórias do Holocausto. O mais provável, portanto, é que tenhamos um vencedor húngaro no próximo dia 28. Mas, como bem sabemos, tudo pode acontecer.
Dos demais concorrentes, o que se coloca como principal ameaça a Filho de Saul é o francês Cinco Graças (2015), também indicado ao Globo de Ouro, exibido em Cannes, e vencedor de prêmios de audiência em festivais norte-americanos, como, por exemplo, o Chicago International Film Festival. O Lobo do Deserto (2015), representante da Jordânia, estaria, de acordo com essa conjectura, no honroso terceiro lugar. Sintoma disso é a indicação ao prestigiado BAFTA, o prêmio da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e de Televisão. Embora também chancelados por consagrações mundo afora, o colombiano O Abraço da Serpente (2015) e o dinamarquês Krigen (2015) possuem chances quase nulas de virar esse jogo de cartas praticamente definidas. Pena que o nosso Que Horas Ela Volta? (2015) tenha ficado pelo caminho. O filme de Anna Muylaert estaria muito bem entre os cinco.
GANHA/TORCIDA: Filho de Saul
Papa-prêmios da temporada, aplaudido por boa parte da crítica e com um tema caro aos votantes da academia. A não ser que um tornado varra o palco do Dolby Theatre ou que uma zebra colossal desfile por lá, o filme de László Nemes leva o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com os dois pés nas costas, diga-se de passagem, o segundo da Hungria – o primeiro foi por Mephisto (1981). Já que não temos um representante brasileiro, a torcida vai toda para este filme no qual se sobressai a simbiose entre a câmera e o protagonista, o que propicia uma dimensão pessoal e íntima, sem qualquer prejuízo à abrangência da exposição do Holocausto. A perambulação de Saul atrás de um rabino serve para vermos todas as etapas que separavam os judeus da morte, da inspeção inicial ao descarte dos incinerados no rio mais próximo.
AZARÃO: Cinco Graças
O filme francês, dirigido por Deniz Gamze Ergüven, é o único que pode ser considerado, ao menos, azarão na festa do próximo dia 28. Correndo totalmente por fora, esse longa-metragem mostra o envolvimento de cinco irmãs num escândalo e o posterior confinamento delas em casa. É provável que ganhe? Nem um pouco. É possível? Com certeza.
ESQUECIDO: Que Horas Ela Volta?
Deixemos o ufanismo de lado ou, ao menos, vamos primeiro aos fatos. Depois de ter feito sucesso no último Festival de Berlim e de colher elogios por onde passou em sua carreira internacional, o filme de Anna Muylaert merecia, ao menos, estar entre os cinco indicados. Aliás, a não nominação foi uma surpresa. Pena, quem perde é o Oscar.
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