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O sucesso editorial Divergente, série da escritora norte-americana Veronica Roth, não poderia passar despercebido pelos estúdios de cinema sempre à procura de uma nova franquia que oxigene seus cofres. Como os públicos-alvo são adolescente e pós-adolescente, as fatias mais importantes para o sucesso comercial de um filme, melhor ainda. A insurreição dos jovens num cenário futurista e totalitário aproxima Divergente (2014) de Jogos Vorazes (2012), este outro best-seller transposto com semelhante êxito às telas. Mas será que as aventuras de Beatrice (Shailene Woodley), candidata a heroína da temporada, têm personalidade própria?

Para o tira-teima, convocamos à arena do Confronto os críticos Robledo Milani e Rodrigo de Oliveira, que debatem os méritos e deméritos de Divergente (2014), filme dirigido por Neil Burger. Confira e não esqueça de opinar.

 

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A FAVOR :: Tem qualidades que garantem a diversão e a reflexão”, por Rodrigo de Oliveira
Ainda que seja um tanto derivativo de outras franquias adolescentes – principalmente de Jogos Vorazes (2012) – Divergente tem qualidades que garantem a diversão e a reflexão. Baseado no best-seller de Veronica Roth, o longa-metragem traz um futuro distópico no qual a sociedade é dividida em cinco facções (Abnegação, Amizade, Audácia, Erudição e Franqueza), e quem não se encaixa em uma delas vira um pária ou acaba caçado. Quando o longa dirigido por Neil Burger se concentra nestas questões totalitárias, de um governo que esconde seus reais motivos por trás da promessa da paz e da segurança, o filme é só acertos. A temática gera boas discussões, como a fragilidade da sociedade ao ser confrontada pelo braço forte do governo ou se é possível a libertação após um estado letárgico tão longo.  Somam-se a isso as performances fortes da nova estrela Shailene Woodley, que dá a Tris uma força de caráter muito bem vinda a uma heroína, e a presença de Kate Winslet, que empresta austeridade à sua vilã, e temos um programa acima da média. Existe bastante espaço para evolução de personagens, o que deve ser expandido nas sequências. Divergente acaba se revelando a primeira pedra na fundação de uma nova saga de sucesso nos cinemas.

 

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CONTRA ::Falta a este novo subproduto personalidade para se destacar na multidão”, por Robledo Milani
Genérico, derivativo, insuficiente. Estas são boas definições para o thriller baseado nos livros da adolescente Veronica Roth, alçada à condição de best-seller após ser descoberta por jovens em busca de mais do mesmo. Pois é exatamente isso que oferece o filme sobre uma garota rebelde que, num futuro distópico em uma sociedade à beira do colapso, é escolhida para defender sua família e origens num jogo de vida ou morte – ops, estamos falando de Jogos Vorazes? Não, pois se a sinopse é a mesma, falta a este novo subproduto personalidade para se destacar da multidão. Surpreendente apenas ante àqueles sem a menor expectativa, conta, no entanto, com uma boa protagonista – a revelação Shailene Woodley – que, no entanto, não é nem bonita, muito menos atlética o bastante para segurar sozinha um projeto como esse. E quando uma vencedora do Oscar do calibre de Kate Winslet é desperdiçada em duas ou três cenas careteiras, percebe-se com exatidão que nem mesmo o diretor Neil Burger sabia ao certo para onde pretendia ir. Porém, resta o voto de confiança: se até Harry Potter melhorou com o tempo, quem sabe os próximos longas da saga também não tratam dos espectadores com maior cuidado?

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