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Confronto :: O Exterminador do Futuro: Gênesis

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I’ll Be Back. Arnold Schwarzenegger cumpriu a promessa. Após um período longe do cinema, no qual se dedicou à política, ele revive um de seus personagens mais icônicos em O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015), novo capítulo da franquia iniciada por James Cameron em 1984. Dirigido por Alan Taylor, esse filme bagunça as coisas como as conhecemos. Uma falha temporal joga Kyle Reese (Jai Courtney), sargento enviado para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke), a mãe da revolução, numa versão diferente do passado. O próprio Cameron apareceu em ações promocionais elogiando Gênesis: “Se vocês gostam dos filmes do Exterminador, vão adorar este”. Contudo, as reações do público e da crítica têm sido bastante controversas. Para expandir a discussão, convocamos os críticos Rodrigo de Oliveira e Thomas Boeira ao Confronto da semana. Confira e não deixe de opinar.

 

A FAVOR :: “Funciona como entretenimento”, por Thomas Boeira
A franquia O Exterminador do Futuro deveria ter parado nos dois brilhantes exemplares iniciais. Mesmo assim, é possível dizer que as continuações são até razoáveis. Gênesis faz parte desse time. O filme bagunça as linhas temporais da série, de forma que sua existência acaba sendo absurda, e os diálogos usados para explicar isso são risíveis. No entanto, o roteiro consegue trazer certa imprevisibilidade à trama, ao passo que a direção, apesar de burocrática, merece créditos por resgatar o estilo de ação que marcou a franquia. Ainda há um vilão que convence em sua inversão de papeis (reviravolta que foi estupidamente entregada em trailers e cartazes). Além disso, é bom ver Arnold Schwarzenegger retornar a um de seus personagens mais famosos, uma presença sempre cativante e nostálgica. Seu T-800 (agora chamado de Pops) é responsável pela maior parte da diversão do filme, e se seu jeito “pai superprotetor” na relação com Sarah Connor não vira uma bobagem, isso se deve ao bom humor do ator, que ainda impede o personagem de cair na autoparódia. Gênesis é como A Rebelião das Máquinas (2003) e A Salvação (2009): funciona bem como entretenimento.

CONTRA :: “O universo criado por James Cameron merecia muito mais do que isso”, por Rodrigo de Oliveira
Desnecessário. É a melhor palavra para definir este novo capítulo da franquia O Exterminador do Futuro. Depois do esquecível terceiro filme, dirigido por Jonathan Mostow, e do mediano quarto longa-metragem, comandado por McG, Alan Taylor assume a direção deste Gênesis e prova, de uma vez por todas, que ninguém sabe contar esta história tão bem quanto James Cameron. Foi ele quem concebeu os melhores filmes da série, em 1984 e 1991 – filmes estes retrabalhados e resetados por esta timeline bagunçada criada para justificar uma nova aventura. Quem em sã consciência apagaria da cronologia da franquia a melhor produção da série, O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final? Os responsáveis por este novo capítulo pensaram ser uma boa ideia. Se não bastasse isso, ainda transformaram um dos grandes heróis rebeldes da saga em vilão. São tantas escolhas equivocadas que acabam por soterrar os predicados de Gênesis – Schwarzenegger ainda encara viver o herói de ação e existe uma interessante inversão de papéis entre Sarah Connor e Kyle Reese. Mas isso só não basta para fazer deste capítulo 5 um filme que se justifique. O T-800 e todo o universo criado por James Cameron mereciam muito mais do que isso.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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