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Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2013

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A maior premiação do cinema nacional, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro está marcado para acontecer no dia 13 de novembro, a partir das 21h, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. A cerimônia irá reconhecer os filmes e profissionais de cinema que mais se destacaram durante o ano de 2012. Os indicados aqui apresentados foram escolhidos pelo membro da Academia Brasileira de Cinema e também por votação popular, diretamente no site da entidade.

O campeão de indicações deste ano é Gonzaga: De Pai para Filho, de Breno Silveira, lembrado em 15 categorias, inclusive Melhor Filme e Direção. Depois vem Xingu (13 indicações), Corações Sujos (10), Heleno (9) e 2 Coelhos (8). Entre os filmes estrangeiros, foram apontadas três produções dos Estados Unidos – inclusive o vencedor do Oscar 2013 – uma do Irã (premiada com o Oscar 2012 de Filme Estrangeiro) e uma francesa. Entre os atores, destaque para Dira Paes e João Miguel, que concorrem tanto nas categorias principais como nas de coadjuvantes. Chama atenção também a presença do longa chileno Violeta Foi Para o Céu, de Andrés Wood, uma coprodução com o Brasil e com a Argentina, que foi indicada na categoria de Melhor Trilha Sonora.

A cerimônia de premiação terá direção artística de Ivan Sugahara, cenografia de Nello Marrense e iluminação de Paulo César Medeiros. Ela será transmitida ao vivo pelo Canal Brasil e também pelo site oficial da emissora. Confira abaixo a lista completa dos indicados e as nossas previsões:

 

Filme
Corações Sujos, de Vicente Amorim
Febre do Rato, de Claudio Assis
Gonzaga: De Pai para Filho, de Breno Silveira
Heleno, de José Henrique Fonseca
Xingu, de Cao Hamburger

O favorito, obviamente, é Gonzaga: De Pai para Filho, principalmente por ser o campeão de indicações. Febre do Rato, premiado no Festival de Paulínia, pode, no entanto, surpreender. Mesmo sem a bilheteria esperada, Xingu é outro que recebeu muitos elogios da crítica e pode ser uma boa opção.

 

Documentário
5 x Pacificação, de Cadu Barcellos, Luciano Vidigal, Rodrigo Felha e Wagner Novais
A Música Segundo Tom Jobim, de Dora Jobim e Nelson Pereira dos Santos
Raul: O Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho
Tropicália, de Marcelo Machado
Uma Longa Viagem, de Lucia Murat

A Música Segundo Tom Jobim e Tropicália tiveram grandes lançamentos, com boas bilheterias, e contam com forte apoio popular. Raul: O Início, o Fim e o Meio conta, além disso, com a imagem de um nome de muita força. Uma Longa Viagem, premiado no Festival de Gramado, parece, no entanto, ser o mais emocional dos cinco indicados, e por isso pode surpreender.

 

Longa Infantil
31 Minutos, de Álvaro Diaz e Pedro Peirano
Brichos 2, de Paulo Munhoz
Cocoricó Conta Clássicos, de Fernando Gomes
Peixonauta: Agente Secreto da O.S.T.R.A., de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo

Brichos 2 é a aposta mais segunda, principalmente por ser uma continuação de um projeto 100% nacional.

 

Longa de Animação
Brichos 2, de Paulo Munhoz
Peixonauta: Agente Secreto da O.S.T.R.A., de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo

Brichos 2 é o favorito, mas se ele for premiado como Longa Infantil, é possível que abra espaço aqui para Peixonauta.

 

Direção
Afonso Poyart, por 2 Coelhos
Breno Silveira, por Gonzaga: De Pai para Filho
Cao Hamburger, por Xingu
Claudio Assis, por Febre do Rato
Walter Carvalho, por Raul: O Início, o Fim e o Meio

Breno Silveira larga na frente, pois além de ter dirigido o filme favorito ainda é responsável por outro longa bastante elogiado lançado no último ano – e aqui presente em algumas categorias (À Beira do Caminho). O esforço monumental de Cao Hamburguer para reconstruir a saga dos irmãos Villas-Boas merece qualquer recompensa, enquanto que o toque autoral do polêmico Claudio Assis possa ser um pouco forte demais para a maioria.

 

Atriz
Alessandra Negrini, por 2 Coelhos
Dira Paes, por À Beira do Caminho
Hermila Guedes, por Era Uma Vez Eu Verônica
Nanda Costa, por Febre do Rato
Simone Spoladore, por Sudoeste

A melhor atuação é a de Nanda Costa, que está excelente – ainda mais que seu parceiro em cena, Irandhir Santos, foi injustamente esquecido. Tanto Alessandra Negrini quanto Dira Paes estão na lista apenas pela força de seus nomes, pois são coadjuvantes em seus filmes. Hermila Guedes está bem, mas já esteve melhor em outros projetos. A segunda opção seria, portanto, Simone Spoladore, num filme muito belo, porém pouco visto.

 

Ator
Caio Blat, por Xingu
Daniel de Oliveira, por Boca
João Miguel, por Xingu
Julio Andrade, por Gonzaga: De Pai para Filho
Rodrigo Santoro, por Heleno

Essa categoria está bem mais difícil do que a feminina. Rodrigo Santoro está fenomenal e desponta como favorito, seguido de (muito) perto por Julio Andrade, que só não está melhor por ser coadjuvante em seu filme (se tivesse sido indicado na categoria certa não haveria concorrência). João Miguel e Caio Blat está ótimos, mas um meio que anula o outro. E Daniel de Oliveira, também excelente, poderia ser considerado o azarão por ser muito melhor do que o filme em si.

 

Atriz Coadjuvante
Andrea Beltrão, por Os Penetras
Ângela Leal, por Febre do Rato
Dira Paes, por Sudoeste
Leandra Leal, por Boca
Zezé Motta, por Gonzaga: De Pai para Filho

Zezé Motta, Leandra Leal e Ângela Leal pouco fazem além de participações especiais – não chegam a ser personagens coadjuvantes concretos, com influência na trama. Num tom completamente diferente – mais cômico e leve – Andréa Beltrão se destaque por ser a única indicação de um filme que foi sucesso de bilheteria e que, talvez, não mereça ser esquecido. Dira Paes, no entanto, por ter sido indicada duplamente neste ano, possa encontrar aqui sua recompensa.

 

Ator Coadjuvante
Ângelo Antonio, por À Beira do Caminho
Claudio Cavalcanti, por Astro: Uma Fábula Urbana em um Rio de Janeiro Mágico
Domingos Montagner, por Gonzaga: De Pai para Filho
Eduardo Moscovis, por Corações Sujos
João Miguel, por Gonzaga: De Pai para Filho

O único verdadeiro indicado aqui é Eduardo Moscovis, que desponta como favorito muito além dos demais – e merecidamente. João Miguel e Domingos Montagner possuem menos de 5 minutos em cena, enquanto que Ângelo Antonio faz o personagem que é comentado durante todo o filme, mas que aparece apenas no final – e com muito pouco a seu dispor para justificar essa indicação. Por fim, os votantes devem ter se comovido com o recente falecimento de Claudio Cavalcanti, pois essa seria a única explicação para ele ter sido lembrado por um filme que absolutamente ninguém viu, que nem ao menos chegou a ser exibido nos cinemas de todo o país!

 

Direção de Fotografia
Gonzaga: De Pai para Filho (Adrian Teijido)
Xingu (Adriano Goldman)
Paraísos Artificiais (Lula Carvalho)
Corações Sujos (Rodrigo Monte)
Heleno (Walter Carvalho)

A fotografia em preto e branco de Walter Carvalho é absurdamente linda, e merece o prêmio. Lula Carvalho, no entanto, consegue o resultado mais diferenciado, completamente dentro do espírito do filme. Adriano Goldman corre por fora, com chances pelo tom épico do projeto.

 

Direção de Arte
Xingu (Cassio Amarante)
Gonzaga: De Pai para Filho (Claudio Amaral Peixoto)
Paraísos Artificiais (Claudio Amaral Peixoto)
Corações Sujos (Daniel Flaksman)
Heleno (Marlise Storchi)

Heleno, Xingu, Corações Sujos e Gonzaga se destacam por serem reconstituições históricas. Destes, o trabalho de Daniel Flaksman é o que apresenta um Brasil mais desconhecido. No entanto, a aposta mais diferenciadas seria Paraísos Artificiais, e o que pode pesar na hora da escolha.

 

Figurino
Gonzaga: De Pai para Filho (Ana Avelar e Claudia Kopke)
Paraísos Artificiais (Claudia Kopke)
Corações Sujos (Cristina Kangussu)
Heleno (Rita Murtinho)
Xingu (Veronica Julian)

Todos ótimos indicados. Talvez o histórico de Rita Murtinho – veterana na categoria – possa pesar a favor de Heleno, um filme que combina tanto o glamour quanto a decadência do biografado numa reconstituição impressionante.

 

Maquiagem
Xingu (Anna Van Steen)
2 Coelhos (Doel Sauerbronn)
Reis e Ratos (Lu Moraes)
Corações Sujos (Marilu Mattos)
Gonzaga: De Pai para Filho (Martín Marcías Trujillo)
Heleno (Martín Marcías Trujillo)

Rodrigo Santoro foi o mestre da maquiagem em 2012. Heleno, por ser um trabalho mais sério, sai na frente, mas o que fazem com o astro em Reis e Ratos também chama (muita) atenção.

 

Efeitos Visuais
2 Coelhos (Carlos Faia, Gus Martinez e Xico de Deus)
Gonzaga: De Pai para Filho (Claudio Peralta)
Xingu (Hugo Gurgel)
Paraísos Artificiais (Robson Sartori)
Corações Sujos (Sergio Farjalla Jr.)

O destaque, para qualquer um que tenha visto os cinco filmes, evidentemente é 2 Coelhos, que possui os efeitos mais chamativos. Mas o trabalho de Xingu também impressiona, e pode surpreender.

 

Roteiro Original
2 Coelhos (Afonso Poyart)
Xingu (Anna Muylaert, Cao Hamburger e Elena Soarez)
Heleno (Felipe Bragança, Fernando Castets e Jose Henrique Fonseca)
Febre do Rato (Hilton Lacerda)
Gonzaga: De Pai para Filho (Patricia Andrade)

O melhor texto é o de Febre do Rato, que envolve o espectador do início ao fim. Gonzaga: de Pai para Filho possui um tom mais dramático, mas conquistou o público.

 

Roteiro Adaptado
Menos que Nada (Carlos Gerbase, baseado no conto “O Diário de Redengonga”, de Arthur Schnitzler)
Corações Sujos (David França Mendes, baseado no livro homônimo de Fernando Morais)
Boca (Flavio Frederico e Mariana Pamplona, baseado no livro “Boca do Lixo”, de Hiroito de Moraes Joanides)
Luz nas Trevas (Helena Ignez, baseada no livro “Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”, de Rogerio Sganzerla)
E aí… comeu? (Lusa Silvestre e Marcelo Rubens Paiva, baseados na peça teatral “E aí… comeu?”, de Marcelo Rubens Paiva)

Corações Sujos fez um belo trabalho ao transformar a reportagem de Fernando Morais em um filme dramático e envolvente. Menos que Nada também possui méritos inegáveis, ao contrário dos equivocados Luz nas Trevas, Boca e E aí… Comeu, que não mereciam estar nesta seleção.
Montagem (Ficção)
2 Coelhos (Afonso Poyart, André Toledo e Lucas Gonzaga)
Corações Sujos (Diana Vasconcellos)
Gonzaga: De Pai para Filho (Gustavo Giani e Vicente Kubrusly)
Xingu (Gustavo Giani)
Heleno (Sergio Mekler)

A separação desta categoria entre Ficção e Documentário é, no mínimo, absurda. No entanto, dentre estes indicados, o mais inovador é o trabalho de 2 Coelhos, que se destaca mais do que o próprio filme. Dos demais, Gonzaga: De Pai para Filho parece ser o com mais chances de agradar uma fatia maior de votantes.

 

Montagem (Documentário)
Marcelo Yuka no Caminho das Setas (Jordana Berg)
A Música Segundo Tom Jobim (Luelane Correa)
Tropicália (Oswaldo Santana)
Raul: O Início, o Fim e o Meio (Pablo Ribeiro)
Marighella (Vânia Debs)

O filme A Música Segundo Tom Jobim se apoia quase que exclusivamente em uma impressionante pesquisa de imagens e no charme do compositor, mas de nada isso seria válido se esse material não fosse apresentado de forma dinâmica e envolvente. E isso é montagem.

 

Som
À Beira do Caminho (Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Valeria Ferro)
Paraísos Artificiais (Alessandro Laroca, Armando Torres Jr., Edruado Virmond Lima e Leandro Lima)
Xingu (Alessandro Laroca, Armando Torres Jr., Eduardo Virmond Lima e Paulo Ricardo Nunes)
Gonzaga: De Pai para Filho (Alessandro Laroca, Armando Torres Jr., Eduardo Virmond Lima e Renato Calaça)
2 Coelhos (André Tadeu, Rodrigo Ferrante, Lia Camargo e Tide Borges)

Paraísos Artificiais e 2 Coelhos são os títulos que melhor exploraram esse recurso em seus resultados finais, e por isso saem na frente. Xingu, no entanto, corre por fora como uma terceira opção, mais uma vez por seu tom épico.

 

Trilha Sonora
Tropicália (Alexandre Kassin)
Reis e Ratos (Caetano Veloso e Mauro Lima)
Luz nas Trevas (Helena Ignez, Lucio Branco, Rodrigo Lima e Sinai Sganzerla)
A Música Segundo Tom Jobim (Paulo Jobim)
E aí… comeu? (Plínio Profeta)
Violeta foi para o Céu (José Miguel Miranda e José Miguel Tobar)

Com 6 indicados, 3 destes se baseiam em suas músicas para construir uma narrativa envolvente. Tropicália, A Música Segundo Tom Jobim e Violeta foi para o Céu parecem opções óbvias, principalmente por não estarmos falando de trabalhos originais – ou seja, qualquer um deles seria como chover no molhado. Como Plinio Profeta já esteve muito melhor no ano anterior por O Palhaço (2011) e Caetano Veloso também já teve dias mais ensolarados, talvez a opção mais original seja Luz nas Trevas.

 

Trilha Sonora Original
Corações Sujos (Akihiko Matsumoto)
2 Coelhos (André Abujamra e Marcio Nigro)
Gonzaga: De Pai para Filho (Berna Ceppas)
Heleno (Berna Ceppas)
Xingu (Beto Villares)

2 Coelhos possui uma trilha envolvente, e André Abujamra é um nome que nunca pode ser ignorado. A dupla indicação de Berna Ceppas pode lhe apontar um favoritismo, no entanto, pendendo um pouco mais para o trabalho que apresenta em Heleno.

 

Curta-Metragem (Ficção)
A Mão que Afaga, de Gabriela Amaral Almeida
A Melhor Idade, de Angelo Defanti
A Onda Traz O Vento Leva, de Gabriel Mascaro
Laura, de Thiago Valente
O Duplo, de Juliana Rojas

O curta de Juliana Rojas foi premiado em Gramado e apresentado em Cannes, o que lhe torna virtualmente favorito. Mas os filmes de Gabriel Mascaro e de Gabriela Amaral Almeida também percorreram um exitoso circuito de festivais, e qualquer um destes pode surpreender. Pelo tom de humor negro, A Mão que Afaga é, particularmente, o meu favorito.

 

Curta-Metragem (Documentário)
A Cidade, de Liliana Sulzbach
Desterro, de Cláudio Marques e Marília Hughes
Elogio da Graça, de Joel Pizzini
Filme Para Poeta Cego, de Gustavo Vinagre
Quem tem medo de Cris Negão?, de René Guerra

O favorito é A Cidade, merecidamente já premiado no Festival de Brasília. É um trabalho maduro, revelador e surpreendente.

 

Curta-Metragem (Animação)
Cabeça de Papelão, de Quiá Rodrigues
Dia Estrelado, de Nara Normande
O Ogro, de Márcio Junior e Márcia Derétti
Realejo, de Marcus Vinícius Vasconcelos
Valquíria, de Luiz Henrique Marques

Valquíria desponta como favorito por ter sido premiado no Festival de Brasília, mas nessa categoria qualquer coisa pode acontecer. A composição em preto e branco e O Ogro, por exemplo, pode conquistar uma boa torcida.

 

Filme Estrangeiro
A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese (EUA)
A Separação, de Asghar Farhadi (Irã)
Argo, de Ben Affleck (EUA)
As Aventuras de Pi, de Ang Lee (EUA)
Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano (França)

Os quatro primeiros indicados são fenômenos de crítica, enquanto que o último possui o apoio principalmente do público. Dos cinco indicados, o de melhor bilheteria é As Aventuras de Pi, com mais de US$ 600 milhões arrecadados em todo o mundo – e um Oscar de Melhor Direção para Ang Lee, entre outros tantos prêmios. Argo ganho como Melhor Filme e A Separação como Melhor Filme Estrangeiro na maior festa do cinema mundial, enquanto que Intocáveis é o filme francês de maior bilheteria da história – e foi o grande vencedor do César, o Oscar da França. Hugo Cabret, por fim, é dirigido pelo mestre Martin Scorsese, e que pode convencer os mais tradicionais. Meu favorito, no entanto, é o incrivelmente belo As Aventuras de Pi.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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