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Estreou no último dia 15 de janeiro nos Estados Unidos o thriller 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi, mais uma tentativa do diretor Michael Bay entregar ao público um filme sério, e não apenas espetáculos de efeitos especiais como a série Transformers e ou o megalomaníaco Pearl Harbor (2001). Ele já havia seguido esse caminho antes no ótimo – porém pouco visto – Sem Dor Sem Ganho (2013), em que abordava com ironia o universo dos fortões anabolizados. Porém, ainda que inspirado em um fato verídico e com Mark Wahlberg e Dwayne Johnson como protagonistas, o filme foi o que registrou o menor retorno das bilheterias de toda a sua carreira. A questão, portanto, é imaginar se 13 Horas conseguirá, ou não, se sair melhor.

Há uma certa dúvida a respeito, pois além de 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi ter sido mais caro – o orçamento ficou em torno dos US$ 50 milhões – outro elemento que mudou foi a retirada do tom cômico da narrativa. Enfim, a pegada desta vez é bem mais tensa e centrada na realidade. E como sabemos disso? Porque, atendendo a um convite da Paramount Pictures do Brasil, o Papo de Cinema foi um dos poucos veículos nacionais convidados a conferir uma prévia de 20 minutos da produção, exibida para jornalistas e críticos de cinema em São Paulo no início de Dezembro de 2015 – ou seja, mais ou menos um mês antes do lançamento do filme nos Estados Unidos.

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Após uma apresentação do próprio Bay – feita por vídeo, pois infelizmente o diretor não pode vir ao Brasil uma vez que o longa ainda não estava inteiramente finalizado – que comentou quais os motivos que o levaram a conduzir esse projeto – seu interesse em investigar mais um episódio verídico – foram exibidas algumas cenas completas da produção. Não se tratava de um grande trailer ou do início do próprio filme. Eram sequências já completas, escolhidas dentro da primeira metade do longa. Ou seja, não vimos o final e nem foram reveladas grandes surpresas. Mas já deu pra ter uma boa ideia do que iremos encontrar quando 13 Horas, enfim, entrar em cartar por aqui.

O protagonista absoluto é interpretado por John Krasinski, em seu primeiro papel principal no cinema. E o ator se dedicou à oportunidade, aparecendo de barba cerrada e corpo transformado, malhado ao extremo para viver um oficial enviado a Benghazi. Ao seu lado teremos acesso a alguns flashbacks que revelam como é sua vida em família, em casa, longe da zona de guerra a qual foi enviado. Com os colegas, ele aos poucos vai se adaptando a nova rotina. Até que a residência do embaixador norte-americano é invadida por terroristas em meio a um protesto. Caberá a estes experientes militares, portanto, não apenas liberar o sequestrado, como também buscar uma solução pacífica para a situação.

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13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi tem tudo para ser um novo passo na carreira do diretor Michael Bay. Pelo que foi possível perceber, ele não deixou de lado seu americanismo exagerado, e algumas cenas em particular, como o balançar da bandeira norte-americana em meio a um tiroteio, deixam claro seu ponto de vista enaltecedor dos “heróis” frente à ação. Mas, por outro lado, parece também ter deixado para trás alguns exageros e maneirismos equivocados, que abusam de distrações tecnológicas e acabam esquecendo do principal: contar uma boa história. Aqui ele tem essa oportunidade, e pelo visto ela foi bem aproveitada. Resta esperar para conferir na íntegra se o que está sendo prometido será, ou não, entregue.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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