INDICADOS:
Se no ano passado, a categoria Ator Coadjuvante trazia cinco indicados que já haviam levado a estatueta anteriormente – com Christoph Waltz, no fim das contas, conquistando seu segundo prêmio em pouquíssimo tempo – em 2014, temos apenas atores que ainda não receberam o prêmio da Academia. Na lista, dois nomes já foram indicados: Jonah Hill, por O Homem que Mudou o Jogo (2011), nesta mesma categoria; e Bradley Cooper, por O Lado Bom da Vida (2012), como Melhor Ator. Neste ano, a Academia se retrata com Michael Fassbender ao indicá-lo por 12 Anos de Escravidão, depois de tê-lo esnobado por Shame (2011). Já Jared Leto é um dos principais postulantes ao prêmio por sua bela performance como o transgênero Rayon em Clube de Compras Dallas. A surpresa boa da lista é o estreante Barkhad Abdi, ator que chamou a atenção pelo seu retrato visceral do pirata somali Abduwali Muse em Capitão Phillips.
Favorito: Depois de ter vencido o prêmio do Sindicato dos Atores, Jared Leto se tornou o franco favorito para a estatueta da Academia. Ainda que, atualmente, seja mais lembrado por suas performances como vocalista na banda 30 Seconds to Mars, Leto participou de produções interessantes como Réquiem para um Sonho (2000), Clube da Luta (1999) e Além da Linha Vermelha (1998). Em Clube de Compras Dallas, Leto perdeu peso para viver o soropositivo Rayon, cativando pela simpatia e pela luta do personagem. Além da premiação do Sindicato, o ator já recebeu o Globo de Ouro e a maior parte dos louros dados por associações de críticos nos Estados Unidos (Boston, Nova York, Dallas, Los Angeles). É também um dos principais concorrentes ao prêmio no Independent Spirit Awards.
Torcida: Ainda que Leto esteja fantástico no papel, Jonah Hill está igualmente impecável como o alucinado Donnie Azoff em O Lobo de Wall Street. Com dentes postiços e uma descontrolada urgência por drogas, Hill faz uma dobradinha ótima com Leonardo DiCaprio, ora fazendo escada, ora fazendo graça com seu jeito esquisito. O ator chegou a fazer testes para conseguir o papel e ainda recebeu o mínimo possível para poder trabalhar com Scorsese e DiCaprio. Não só pela sua dedicação, mas pela sua performance, Jonah Hill merecia o prêmio. O azar foi ter caído em um ano em que Jared Leto tem tudo para receber a estatueta.
Azarão: Michael Fassbender rouba a cena cada vez que aparece em 12 Anos de Escravidão e poderia usurpar este Oscar das mãos de Jared Leto. Fazendo um vilão asqueroso, visivelmente desequilibrado, Fassbender continua sua leva de personagens desafiadores, merecedores de louros. Como o ator foi esnobado pela Academia ao merecer e não receber indicação por Shame, isso poderia pesar por um prêmio atrasado.
Esquecido: Mesmo que seja protagonista em Rush, Daniel Brühl estava sendo lembrado em diversas premiações como Ator Coadjuvante pela sua interpretação precisa como Niki Lauda. O filme de Ron Howard foi completamente esquecido pela Academia, representando uma má vontade dos votantes pela temática esportiva do longa-metragem. Uma pena. Caso tivessem mais cuidado e acompanhado o drama estrelado por Chris Hemsworth, encontrariam um filme que discute a linha tênue entre rivalidade e admiração. O falecido James Gandolfini, pela sua singela atuação em À Procura do Amor, ou Tom Hanks como o pai de Mickey Mouse em Walt nos Bastidores de Mary Poppins também poderiam ter sido lembrados.
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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo. é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.