INDICADOS:
As categorias de roteiros podem não ser consideradas as “mais importantes” do Oscar, assim digamos, mas elas tem um diferencial: em geral, quem ganha Roteiro Adaptado ou Original está a um passo de levar o prêmio de Melhor Filme. No ano passado, por exemplo, esta foi uma das três estatuetas de Argo (2012), principal vencedor da noite. Neste ano, o troféu dourado parece se encaminhar para 12 Anos de Escravidão, que já venceu doze premiações nesta categoria, sem contar o fato de que foi lembrado em mais oito, além do Globo de Ouro e do BAFTA. O filme não foi indicado ao Sindicato dos Roteiristas pois seu escritor, John Ridley, não é associado. O roteiro vencedor deste prêmio foi o de Capitão Phillips, quase uma surpresa. Dos cinco indicados ao Oscar, é o que foi menos lembrado, apenas no BAFTA, no Critics Choice e em mais cinco premiações da crítica. Outro forte candidato é O Lobo de Wall Street, que venceu o prêmio pelo National Bord of Review e pelos críticos de Ohio. O roteiro ainda ficou em segundo lugar pelos críticos de Boston e da Florida, além de ter sido nominado em mais sete premiações. Philomena pode roubar a cena, já que venceu o Festival de Veneza na categoria, além de outro prêmio da crítica e ter sido lembrado mais oito vezes. A homenagem da vez parece ser para Antes da Meia-Noite, capítulo final da trilogia romântica estrelada por Julie Delpy e Ethan Hawke. Apesar de ter vencido cinco prêmios da crítica e ter sido lembrado em outros nove, além do Sindicato dos Roteiristas, o longa parece não ter muitas chances, já que só foi lembrado no Oscar pelo roteiro.
Favorito: 12 Anos de Escravidão é um dos filmes com maior número de indicações (nove) neste ano. Além disso, como na categoria de Melhor Direção o cineasta Steve McQueen deve perder o posto para Alfonso Cuarón e seu Gravidade, as chances de levar os principais prêmios da noite residem em Roteiro Adaptado e Atriz Coadjuvante – além de Melhor Filme, a incógnita do ano, sem nenhum favorito estabelecido. Junte o fato do roteirista John Ridley ter sido o mais premiado do ano e o longa ter um tema tão caro aos americanos (a escravidão, obviamente). Estatueta na certa.
Torcida: Antes da Meia-Noite não ganha. Infelizmente. É só torcida mesmo. Richard Linklater, Julie Delpy e Ethan Hawke conseguiram manter o nível na continuação e, quem sabe, possível fim da história de amor de Jesse e Celine, fechando com chave de ouro uma trilogia perfeita sobre relacionamentos, paixão e amor. Pode não levar o prêmio para casa, mas os fãs já comemoram a singela lembrança da Academia.
Azarão: Capitão Phillips. História controversa, com inúmeras críticas ao real papel do Capitão Phillips do título. A Academia não é fã de polêmica. Pode ter levado o prêmio do Sindicato dos Roteiristas, mas foi o único troféu do filme nesta categoria. Além de tudo, o filme perdeu muito espaço ao não ser lembrado pela bela direção de Paul Greengrass e, é claro, a monstruosa atuação de Tom Hanks. Se ganhar, vai ser a surpresa do ano.
Esquecido: Azul é a Cor Mais Quente. Fato 1: foi um dos filmes mais premiados e comentados do ano passado. Fato 2: não foi lembrado em NENHUMA categoria no Oscar. O que deve ter atrapalhado – e muito – não estar incluso nesta categoria. Não sou fã do longa, mas há seus méritos e só o fato dos roteiristas Abdellatif Kechiche (também responsável pela direção) e Ghalia Lacroix terem conseguido transpor a história em quadrinhos para um filme de três horas de duração sem cansar o público já é um feito e tanto. Pode ser preconceito da Academia com estrangeiros e a temática homossexual, mas, ainda assim, não é desculpa. Uma lacuna e tanto. Menção honrosa aqui: Frozen (2013), pois adaptar o conto de Hans Christian Andersen de forma totalmente inovadora não é tarefa fácil. Ponto para a Disney.
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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo. é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
