Todo final de ano é a mesma coisa: cinéfilos, fãs e curiosos se aventuram por listas e mais listas com os seus favoritos da temporada que está chegando ao fim. E é claro que aqui no Papo de Cinema as coisas não seriam diferentes! Mas desta vez a gente, ao invés de publicar – apenas – as listas individuais de cada crítico (não se preocupe, elas continuam sendo válidas e estão no final deste artigo), promovemos também uma eleição entre os sete integrantes da Equipe Papo de Cinema para podermos apontar, com maior precisão, quais foram, de fato, os 10 melhores filmes de 2012!
Apesar de ser um esforço complicado e um pouco sofrido – selecionar somente 10 dentre os mais de 300 títulos assistidos nos últimos 12 meses é muito difícil e, obviamente, um exercício injusto – conseguimos chegar a esta dezena que, acreditamos, representa o que de melhor foi exibido nas telas brasileiras entre janeiro e dezembro deste ano. Foram quase 40 obras lembradas, e nas finalistas – entre produções e co-produções – estão cinco longas franceses, quatro americanos, dois ingleses, dois italianos e até um iraniano, entre outros. Apesar da citação de 5 filmes brasileiros na votação geral, infelizmente nenhum conseguiu uma pontuação suficiente para se posicionar na lista final – um indicativo da fraca temporada nacional.
Torcemos para que cada leitor que ainda não tenha visto a algum destes títulos se estimule com as nossas indicações e vá atrás destes que são os imperdíveis de 2012. Entre blockbusters milionários e pequenas produções europeias, entre vencedores do Oscar e experimentos artísticos, entre filmes em preto e branco e aventuras em 3D, apostamos nestes como os longas que ficarão marcados em nossas memórias e que fizeram de 2012 um ano excelente para ir e se emocionar, se divertir, se apaixonar mais uma vez pelo cinema!
10. As Neves do Kilimanjaro, de Robert Guédiguian (Les Neiges du Kilimandjaro, França, 2011)
Exibido pela primeira vez no Festival de Cannes de 2011, essa pequena obra política e bastante contundente sobre a atual situação sócio-econômica francesa é o legítimo azarão, que chegou de mansinho, correndo por fora, e conquistou todos aqueles que o assistiram. Infelizmente, no entanto, estes foram poucos, fazendo deste o típico caso da pérola desconhecida. Indicado ao César e premiado no Festival de Valladolid (Espanha), tem ainda como ponto de interesse o fato de ter sido baseado num poema do grande Victor Hugo, uma menção que oferece ainda mais mérito a um longa envolvente e de fácil identificação.
09. O Artista, de Michel Hazanavicius (The Artist, França/Bélgica/EUA, 2011)
Foram precisos mais de oito décadas para que um longa-metragem silencioso e em preto-e-branco voltasse a ganhar o Oscar de Melhor Filme! Depois de Asas (1927), vencedor da primeira edição do maior prêmio do cinema mundial, coube a esta produção francesa ambientada nos Estados Unidos o mérito de repetir esta proeza ao contar a história do astro do cinema mudo que precisa se adaptar aos novos tempos. De quebra, levou ainda outros quatro Oscars, inclusive de Melhor Direção e de Melhor Ator (Jean Dujardin), e milhares de aplausos ao redor do mundo.
08. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de Christopher Nolan (The Dark Knight Rises, EUA/Inglaterra, 2012)
Não tinha outro jeito de terminar a trilogia do Homem-Morcego nos cinemas. Christopher Nolan sabia que não seria tarefa fácil superar o episódio anterior. Porém, mesmo com público dividido entre ter gostado ou não, a questão é que a história foi fechada com chave de ouro, fazendo dos três filmes uma única grande aventura, fechando todas as pontas e levando ao grande público – mais de um bilhão de dólares arrecadados nas bilheterias mundiais – a primeira grande saga desta década!
07. Shame, de Steve McQueen (Shame, Inglaterra, 2011)
Michael Fassbender entrega uma das melhores performances masculinas da temporada ao mostrar um homem viciado em sexo que se sente tão vazio que não sente prazer em mais nada. O ator se desnuda – literalmente – numa atuação irretocável, premiada no Festival de Veneza e indicada ao Globo de Ouro. Coloque ao seu lado uma Carey Mulligan totalmente entregue e que faz chorar pela solidão com sua melancólica versão de New York, New York.
06. A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese (Hugo, EUA, 2011)
O francês O Artista pode ter levado a maioria dos principais prêmios do ano, mas é este conto que remete à criação do cinema que realmente emociona com a história do órfão que descobre a genialidade de Meliés. Quem diria que Martin Scorsese poderia ser tão sensível? A mais bela e sensível homenagem à sétima arte do ano, numa obra moderna – realizada no melhor 3D desde Avatar (2009) – e ainda assim reverencial. De tocar qualquer coração.
05. Holy Motors, de Leos Carax (Holy Motors, França/Alemanha, 2012)
Nada é o que parece ser por aqui. Dos personagens interpretados por outra persona que fica no limite entre real e imaginário, o que se vê é uma série de cenas que homenageiam o cinema ao mesmo tempo em que questionam os sentimentos de quem atua e do próprio público. É se desligar da razão e sentir o que se vê.
04. Habemus Papam, de Nanni Moretti (Habemus Papam, Itália/França, 2011)
Esse é outro que chegou sem levantar muitas suspeitas e acabou se confirmando como um dos favoritos do público e da crítica. Exibido primeiro no Festival de Cannes 2011, foi um dos grandes vencedores do Prêmio do Sindicato dos Jornalistas Cinematográficos Italianos e rendeu ao protagonista Michel Piccoli o David di Donatello de Melhor Ator! Divertido e comovente, a história do Papa em crise de identidade emocionou plateias de todas as idades como uma das tramas mais universais do ano.
03. Cosmópolis, de David Cronenberg (Cosmopolis, Canadá/França/Portugal/Itália, 2012)
David Cronenberg conseguiu um feito que parecia improvável: unir o eterno vampiro Edward Robert Pattinson a um filme que se passa 90% do tempo dentro de uma limusine. Baseado um romance de Don DeLillo e com um roteiro escrito em apenas sete dias pelo próprio diretor, é um dos mais ácidos e contundentes retratos da atual geração – o primeiro filme sobre o nosso século, como anunciava já o trailer de divulgação. Pode até ter sido intragável para alguns, mas em apenas uma palavra dá para definir o resultado: genial!
02. Drive, de Nicolas Winding Refn (Drive, EUA, 2011)
A desconstrução dos filmes de ação com um anti-herói que permanece calado boa parte do filme, uma violência crua e realista, assim como sequências de perseguição em que os planos são mais importantes que a trilha sonora. De quebra, temos o melhor papel de Ryan Gosling em toda sua carreira, que já é extensa de personagens marcantes. Sensacional e imperdível.
01. A Separação, de Asghar Farhadi (Jodaeiye Nader az Simin, Irã, 2011)
Um simples pedido de divórcio acaba desencadeando uma série de situações que beiram ao trágico neste drama iraniano. Foi um dos filmes mais premiados de 2011/2012, vencedor do Oscar de Melhor Longa em Língua Estrangeira e de outros 57 prêmios ao redor do mundo, como o Urso de Ouro no Festival de Berlim, o Globo de Ouro, o César, o David di Donatello e o National Board of Review. Diálogos acima da média, cortes precisos, atuações irretocáveis. Não há defeitos por aqui. Talvez só dos personagens, tão humanos que poderiam estar ao seu lado no meio da rua.
Os favoritos da Equipe Papo de Cinema:
01. A Separação
02. Drive
03. Holy Motors
04. O Artista
05. Bem Amadas, de Christophe Honoré (Les Bien-Aimés, França/Inglaterra/República Tcheca, 2011)
07. Shame
08. Hasta La Vista, de Geoffrey Enthoven (Hasta la Vista, Bélgica, 2011)
10. Argo, de Ben Affleck (Argo, EUA, 2012)
01. A Separação
02. Habemus Papam
04. O Artista
05. A Guerra está Declarada, de Valérie Donzelli (La Guerre est Déclarée, França, 2011)
06. Mãe e Filha, de Petrus Cariry (Mãe e Filha, Brasil, 2011)
07. Drive
08. Girimunho, de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr. (Girimunho, Brasil/Espanha/Alemanha, 2011)
09. 007 – Operação Skyfall, de Sam Mendes (Skyfall, EUA/Inglaterra, 2012)
10. Xingu, de Cao Hamburger (Xingu, Brasil, 2012)
01. Drive
02. Holy Motors
03. Shame
04. A Separação
06. Cosmópolis
07. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
08. Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano (Intouchables, França, 2011)
09. Argo
10. Os Vingadores, de Joss Whedon (The Avengers, EUA, 2012)
01. Cosmópolis
02. Habemus Papam
03. As Quatro Voltas, de Michelangelo Frammartino (Le Quattro Volte, Itália/Alemanha/Suíça, 2010)
04. Isto Não é um Filme, de Mojtaba Mirtahmasb e Jafar Panahi (In film nist, Irã, 2011)
05. As Praias de Agnés, de Agnès Varda (Les Plages d’Agnès, França, 2008)
06. Holy Motors
07. Drive
08. Febre do Rato, de Claudio Assis (Febre do Rato, Brasil, 2011)
09. A Perseguição, de Joe Carnahan (The Grey, EUA, 2011)
10. Hahaha, de Sang-soo Hong (Hahaha, Coréia do Sul, 2010)
01. Cosmópolis
02. As Aventuras de Pi, de Ang Lee (Life of Pi, EUA/China, 2012)
03. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
04. A Separação
05. Drive
06. Argo
07. O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, de Peter Jackson (The Hobbit: An Unexpected Journey, EUA/Nova Zelândia, 2012)
08. A Delicadeza do Amor, de David Foenkinos e Stéphane Foenkinos (La Délicatesse, França, 2011)
09. Xingu
10. Shame
02. Deus da Carnificina, de Roman Polanski (Carnage, França/Alemanha/Polônia/Espanha, 2011)
03. No, de Pablo Larraín (No, Chile/França/EUA, 2012)
04. A Separação
05. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
06. Os Vingadores
07. Drive
08. Tropicália, de Marcelo Machado (Tropicália, Brasil/EUA/ Inglaterra, 2012)
10. O Espião que Sabia Demais, de Tomas Alfredson (Tinker Tailor Soldier Spy, Inglaterra/França/Alemanha, 2011)
01. Fausto, de Aleksandr Sokurov (Faust, Rússia, 2011)
02. Drive
03. Tomboy, de Céline Sciamma (Tomboy, França, 2011)
04. A Separação
05. O Moinho e a Cruz, de Lech Majewski (The Mill and the Cross, Polônia/Suécia, 2011)
06. Shame
07. Habemus Papam
08. Elefante Branco, de Pablo Trapero (Elefante Blanco, Argentina/Espanha/França, 2012)
09. Polissia, de Maïwenn (Polisse, França, 2011)
10. Moonrise Kingdom, de Wes Anderson (Moonrise Kingdom, EUA/ 2012)
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Não achei Cosmópolis tão bom a ponto de entrar na minha lista de melhores do ano, mas de resto me identifiquei bastante com os títulos selecionados. Só acho que faltou As Vantagens de Ser Invisível nas listas pessoais.