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20150522 top 10 sobrenatural papo de cinema

Quem não gosta de levar bons sustos no escurinho do cinema? Com a chegada às telas de Poltergeist: O Fenômeno, refilmagem do clássico B de 1982 produzido por Steven Spielberg, mais do que nunca este é o momento exato para recordar dos melhores gritos e perigos já enfrentados e provocados por seres do além no campo da ficção cinematográfica. Mas nem só disso vivem os fantasmas que ousam contatar os muito vivos do lado de cá. Como podemos ver na nossa seleção abaixo, espíritos e outras entidades paranormais também podem ser românticos, melancólicos e, na melhor das hipóteses, muito engraçados. E é por isso que a equipe do Papo de Cinema se reuniu para apontar as dez melhores histórias sobrenaturais que já invadiram a tela grande! Confira!

 

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Hausu (1977)
Gorgeous é uma garota que está cheia de expectativas pelas férias de verão. Seu pai, viúvo, retornará da Itália, onde estava trabalhando na trilha musical de um filme, e os dois farão a tão planejada viagem. Tudo parece maravilhoso, porém o que a jovem não esperava era que viesse junto uma madrasta, mulher essa que ele recém conheceu. Revoltada e sem aceitar a abrupta decisão paterna após o recente falecimento da mãe, a menina decide ir para a casa de uma tia e convida seis amigas para irem junto. Chegando lá, o lugar aos poucos se mostra o reduto de algo assombroso e sobrenatural, ganhando vida própria e devorando cada uma das meninas. Recebido negativamente pela crítica japonesa quando lançado nos cinemas, o filme de Nabuhiko Obayashi começou a ganhar destaque e relevância após chegar ao mercado internacional. Logo, estava sendo comparado às produções de diretores como Guy Maddin e Dario Argento. Em meio a estética surrealista e exageradamente grotesca, Obayashi encontrou um crescimento e recepção calorosa gradual para o seu filme através dos anos, se tornando um exemplar cult entre os apreciadores do gênero de horror. – por Renato Cabral

 

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Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 1984)
Se há algo estranho na vizinhança. Quem você vai chamar? Esta música/jingle cantada por Ray Parker Jr. é completamente indissociável de um dos filmes mais divertidos da década de 1980. Protagonizado por um time de comediantes fora de série – Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Ernie Hudson – e com elenco de apoio muito bem escalado – Sigourney Weaver, Annie Potts e Rick Moranis – o filme de Ivan Reitman foi um grande sucesso por ter conseguido mesclar comédia, aventura e efeitos especiais na medida certa. Na trama, um grupo de três cientistas pouco respeitados pela Academia forma um esquadrão para combater aparições fantasmagóricas em plena Nova York. Em meio ao seu trabalho, Peter Venkman (Murray), Egon Spengler (Ramis) e Ray Stantz (Aykroyd) – com a ajuda do recém contratado Winston Zedmore (Hudson) – se deparam com a força do mal Zuul, que se apossa do corpo da namorada em potencial de Peter, Dana (Weaver), para assegurar a vinda do grande Gozer. Diferente da maioria dos filmes de fantasmas, a ordem aqui não é assustar e, sim, fazer rir. E nisso, Bill Murray – o real destaque do elenco – fazia com maestria, colocando seu estilo arrogante e irônico a serviço de um filme divertidíssimo. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988)
“Day-o! Day-o! Daylight come and me wan’ go home!” Se você não leu essa pequena frase imaginando a voz de Harry Belafonte, não perca mais tempo lendo este texto: corra para sua fonte cinematográfica mais próxima e (re)assista a este clássico obrigatório de Tim Burton. Vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem, introduziu ao universo pop o icônico Betelgeuse (Besouro Suco, na literal dublagem brasileira), entidade paranormal e “bioexorcista” contratado por um casal de fantasmas para expulsar os novos residentes da casa que eles habitam. Com Alec Baldwin, Geena Davis, Catherine O’Hara e Winona Ryder em performances igualmente inspiradas e geniais, o elenco é eclipsado vez ou outra pela persona maior que a vida (ou maior que a morte, neste caso) que Michael Keaton desenvolveu para Betelgeuse, numa de suas mais hilariantes interpretações. Com efeitos visuais levemente datados, porém não menos eficientes, o filme envolve pelo imaginário lúgubre e impressionante de Burton, aqui em sua fase mais comicamente macabra. Esqueça tudo o que você sabe sobre espíritos e entidades paranormais que invadem residências e assustam seus moradores; nesta mitologia aqui proposta, as verdadeiras assombrações somos nós, os vivos. – por Conrado Heoli

 

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Os Fantasmas Contra Atacam (Scrooged, 1988)
Depois de ter dado um jeito em seres sobrenaturais em Os Caça-Fantasmas (1984), Bill Murray viu as forças do além se voltarem em vingança. Na verdade, uma brincadeira da tradução brasileira, visto que os filmes não têm nada em comum a não ser o protagonista. Nesta produção assinada por Richard Donner, Murray vive uma versão moderna de Ebenezer Scrooge, clássico personagem de Um Conto de Natal, talvez a história natalina mais adaptada para o cinema, assinada por Charles Dickens. Na trama, o astro é Frank Cross, responsável pela programação de um canal de tevê que, na véspera de Natal, fará uma adaptação caríssima do clássico de Dickens. Assim como Scrooge, Cross é um sujeito detestável, sovina e irascível. No dia 24 de dezembro, é visitado pelo fantasma de seu mentor e descobre que três outros fantasmas o encontrarão, mostrando o passado, o presente e o futuro, na tentativa de mudar suas atitudes e ainda salvar sua alma. Assim como no sucesso anterior citado acima, as risadas aqui são mais presentes que os sustos. De qualquer forma, a maquiagem realizada nos atores que vivem os fantasmas é ótima e garantiu ao filme uma indicação ao Oscar nesta categoria. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Ghost: Do Outro Lado da Vida (Ghost, 1990)
Não tem como falar de filmes sobrenaturais sem colocar este na lista. Ainda que não seja nem de longe assustador, algumas (poucas) mortes pontuam a narrativa com os tons do gênero. Mas o foco é a relação amorosa do espírito de Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore), tendo a falsa vidente Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg) como a engraçadíssima intermediária dos dois. O longa é classificado por muitos como uma dramédia romântica, e não deixa de ser. Tem humor, mas ainda mais uma carga emocional forte ao tratar de um amor além da vida, o que cativa qualquer coração levemente mais mole e romântico. Há toda uma visão simples sobre como os espíritos podem estar entre nós, mas o filme não quer explicar ou tratar do assunto com leviandade, pelo contrário. Ao colocar as almas em polos opostos, entre o bem o mal, a visão geral pode até parecer maniqueísta, mas oferece um pouco mais do que sustos e afins, como a maioria das produções com pessoas aparecendo pós-vida. Não à toa arrecadou mais de 500 milhões de dólares ao redor do mundo e concorreu a cinco Oscar (incluindo Melhor Filme), um deles abocanhado por Goldberg. – por Matheus Bonez

 

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Os Espíritos (The Frighteners, 1996)
Antes de embarcar no que seria uma longa jornada pela Terra Média, Peter Jackson fez este longa que é um destaque em sua filmografia. O protagonista é Frank Bannister, que usa sua habilidade de se comunicar com espíritos para ganhar dinheiro como “caça-fantasmas”, pedindo para que alguns amigos do Além assombrem casas, o que o faz ser chamado para salvar o dia. Mas quando o espírito de um serial killer passa a atacar os vivos e os mortos, Frank se torna o único que pode detê-lo. Ao mesmo tempo em que extrai tensão da história graças ao vilão e à situação em que o protagonista se mete, Jackson consegue criar um entretenimento bastante divertido, equilibrando bem esses dois lados da narrativa. Além disso, Michael J. Fox surge com seu carisma habitual vivendo Frank, desenvolvendo uma ótima dinâmica com seus colegas de elenco, o que torna ainda mais lamentável que este seja um de seus últimos papéis no cinema (ele seria diagnosticado com Parkinson poucos anos depois). Pode não ser um dos grandes filmes da década de 1990, mas é uma produção que merece ser lembrada com carinho. – por Thomas Boeira

 

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O Sexto Sentido (The Sixth Sense, 1999)
Quando se fala de espíritos e o mundo sobrenatural, não se pode deixar de fora o filme de estreia do cineasta M. Night Shyamalan, que foi seguido ainda de outros dois ótimos projetos do diretor e roteirista – Corpo Fechado (2000) e Sinais (2002) – antes que esse começasse a se entregar ao próprio ego em produções cada vez mais medíocres. Aqui acompanhamos a história de Cole (Haley Joel Osment), um menino fechado e quieto que gosta de brincar sozinho em igrejas e a quem coisas estranhas acontecem: o garoto consegue falar com os mortos, e é constantemente assombrado por suas aparições. Porém, com a ajuda do Doutor Malcolm (Bruce Willis), ele tentará reverter essa situação apavorante. Construído dramaticamente com um cuidado que Shyamalan abandonaria completamente em seus projetos futuros, o suspense procura primeiro estabelecer bem as relações de Cole com o psiquiatra e com a própria mãe (a ótima Toni Collette), gerando uma identificação e carisma pelas situações melancólicas e pessoais dos três, para só então realmente investir em assustar, o que acaba fazendo com facilidade até chegar ao já famoso plot twist visto em seu desfecho. – por Yuri Correa

 

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A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo, 2001)
Antes de Guillermo del Toro adaptar Hellboy (2004) às telonas, de quase assumir a franquia O Hobbit ou mesmo de colocar robôs gigantes para brigar em Círculo de Fogo (2013), ele mostrava seu valor em obras de menor escala. Último expoente dessa primeira fase de sua carreira, este suspense se passa durante a Guerra Civil Espanhola. Aos doze anos de idade, Carlos (Fernando Tielve) é abandonado num orfanato decadente, onde encontra violência e hostilidade vindas dos colegas e dos funcionários. O fantasma errante de um garoto assassinado na instituição lhe aparece, suplicando por paz e anunciando uma tragédia iminente. Ele quer que Carlos faça justiça, ou seja, que se vingue em seu nome. Apreciador de filmes de gênero, del Toro constrói uma narrativa forte, cuja ambiência opressora reflete os anseios do menino jogado num depósito de jovens e os da própria Espanha, então envolta num conflito de sangrentas proporções. A despeito dos rumos mais grandiloquentes tomados posteriormente, o diretor mostrou nesse filme como o bom e velho terror depende, sobretudo, de inteligência e ideias. – por Marcelo Müller

 

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Os Outros (The Others, 2001)
Caso o espectador vá assistir a esse filme pela primeira vez, terá um suspense de contornos aterrorizantes. Grace (Nicole Kidman) decide se mudar com os filhos para uma mansão isolada enquanto aguarda a volta do marido que foi combater na Segunda Guerra Mundial. Barulhos estranhos, aparições insólitas, tudo remete à provável presença de assombrações na propriedade que precisa ficar de cortinas fechadas e na qual não se abrem portas sem fechar imediatamente as anteriores. Se o espectador for revê-lo, ou seja, já sabedor do grande segredo revelado apenas no final, terá igualmente um suspense, mas (SPOILER A PARTIR DE AGORA) sob a ótica dos próprios fantasmas, já que são Grace e os filhos os mortos a assustarem os vivos. Independentemente do caso, a construção da atmosfera crescente de tensão é apenas um dos motores desse ótimo filme de Alejandro Amenábar. Então, num terceira hipótese, se aquele(a) amigo(a) inconveniente lhe contou o segredo – ou se você foi além da curiosidade e tomou spoiler por aqui mesmo – pena, pois perdeu o impacto da surpresa. Mas, não se preocupe, ainda assim lhe resta muito a desvendar. – por Marcelo Müller

 

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Invocação do Mal (The Conjuring, 2013)
Pense em todos os filmes que você já viu ou evitou ver sobre uma família que se muda para uma nova casa e passa a ser atormentada por entidades sobrenaturais. Pois aqui temos exatamente a mesma premissa, com a particularidade de ser supostamente baseada em fatos reais, inspirada num dos casos estudados pelos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren. O ótimo insight comercial que colabora com a mítica história diz que tal experiência, com a família Perron, foi a única que o casal manteve em segredo absoluto por muitos anos. Os roteiristas gêmeos Chad e Carey Hayes, responsáveis pelo involuntariamente hilário A Casa de Cera (2005), dividem sua narrativa em atos claros que desenvolvem satisfatoriamente a interação entre os Warren e os Perron, e gradativamente atribuem elementos de terror a serviço do verdadeiro suspense – aquele que não se vale somente de sustos fáceis e recursos sonoros óbvios. A direção de James Wan ratifica sua preocupação costumeira em não subestimar o espectador e ressignificar alguns clichês recorrentes do sobrenatural, o que garante ao filme a consistência necessária para ser o mais intrigante exemplar recente de um subgênero tão desgastado. – por Conrado Heoli

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