Nasceu em Ourinhos, no interior de São Paulo, em 1932. Nos anos 1950 se formou em jornalismo na Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Ainda na mesma década começou a carreira no teatro, no entanto, ao lado da platéia, como crítico. Mesmo na faculdade experimentou atuar e dirigir. Formou-se ainda em filosofia, mas nos palcos é que se fez notar como artista de muitas habilidades, se desdobrando entre autor, iluminador, tradutor, diretor e, posteriormente, ator. Já no começo, montou O marinheiro, de Fernando Pessoa, O caso das petúnias, de Tennessee Williams, e A cantora careca e A lição, de Eugène Ionesco, entre outros.
Até a metade dos anos 1960 foi e voltou da Europa. Lá estudou teatro em Madri, Paris e Berlim – onde estudou na Berliner Ensemble, a companhia criada por Bertolt Brecht – para então se inserir definitivamente no panorama teatral paulistano. Em meio à Ditadura Civil-Militar, fundou o Grupo Decisão, que buscava disseminar o caráter político no teatro, com base na obra de Brecht. A companhia foi encerrada com o recrudescimento do regime.
Continuou com base em São Paulo por toda sua carreira, mas também fincou raízes no Rio. Foi na “cidade maravilhosa” que venceu o Prêmio Molière, por Um certo Hamlet, com Cláudia Abreu, Vera Holtz e outros. Era o ponto de partida da companhia Os Fodidos Privilegiados, que renderia outro prêmio ao diretor (o Shell de 1997, por O Casamento, ao lado de João Fonseca).
Sua estreia como ator profissional veio só quando já era cinquentenário, encarando o espetáculo solo O Contrabaixo, que apresentou por oito anos ininterruptos. Na TV, além de ser apresentador, ficou conhecido ao interpretar o bruxo Ravengar na novela Que rei sou eu?, da TV Globo, no fim dos anos 1980.
No cinema participou de filmes importantes do cenário nacional, entre os quais estão Festa (1989), pelo qual foi premiado como Melhor Ator no Festival de Gramado. Esteve também em Quem Matou Pixote? (1996), Quanto Vale Ou É Por Quilo? (2005), É Proibido Fumar (2009) e Assalto ao Banco Central (2011). Sua última atuação no cinema foi no ainda inédito Que Horas ela Volta? (2015), recentemente premiado no Festival de Sundance, nos EUA, e no de Berlim, na Alemanha. Deixa dois filhos, entre eles, André Abujamra, autor de trilhas-sonoras de diversos filmes brasileiros e também ator.
(Fonte: Redação PdC)